sábado, 25 de julho de 2009

A Internet para os historiadores

A seguir apresento uma listagem de links meramente indicativa e até estatisticamente pouco representativa sobre o que a Internet pode disponibilizar para o historiador ou para o estudante de História. Constituem um ponto de partida tão bom como outro qualquer, nunca devem ser considerados como um ponto de chegada, pois a Internet tem muito mais para oferecer. Basta estar atento e não descurar ou menosprezar a via digital da História, tão válida como a via tradicional. Diga-se ainda que é uma listagem aberta a sugestões e que a ordem de apresentação dos links é um pouco aleatória, não pretendendo indicar qualquer hierarquia qualitativa ou de preferência. Talvez quando o número de links for mais significativo (quando tiver tempo e paciência para passar para aqui os meus "favoritos", por exemplo) pense numa ordem alfabética!

Arquivos
Direcção-Geral de Arquivos http://www.dgarq.gov.pt/
Assembleia da República http://debates.parlamento.pt
National Archives (Reino Unido) http://www.nationalarchives.gov.uk/
National Archives (EUA) http://www.archives.gov/

Enciclopédias
Encyclopædia Britannica http://www.britannica.com/
Encarta, Microsoft http://encarta.msn.com/
Wikipédia http://www.wikipedia.org/

Artigos e revistas
Directory of Open Access Journals http://www.doaj.org/
B-On http://www.b-on.pt/
ISI Web of Knowledge http://www.isiknowledge.com/
Persee. Portail de revues en sciences humaines et sociales http://www.persee.fr/
Revues.org http://www.revues.org/
JSTOR - Journal Storage http://www.jstor.org/

Portais temáticos
Best of History Web Sites http://www.besthistorysites.net/
Early Modern Resources http://www.earlymodernweb.org.uk/emr/
EH.Net Economic History Services http://eh.net/
History On-Line http://www.history.ac.uk/search/welcome.html
H-Net: Humanities and Social Sciences Online http://www.h-net.org/

Bibliotecas e museus
Biblioteca Nacional http://www.bn.pt/ e http://purl.pt
British Library http://www.bl.uk/
Library of Congress http://www.loc.gov/
Bibliothèque nationale de France http://www.bnf.fr/ e http://gallica.bnf.fr/
Instituto dos Museus e da Conservação http://www.ipmuseus.pt/
Louvre http://www.louvre.fr/
The Metropolitan Museum of Art http://www.metmuseum.org/
State Hermitage Museum http://www.hermitagemuseum.org

Bibliografias e índices
Royal Historic Society Bibliography http://www.rhs.ac.uk/bibl/bibwel.asp
ViVa: A Bibliography of Women's History http://www.iisg.nl/~womhist/vivahome.php

Organizações e associações
A:P:H – Associação de Professores de História http://www.aph.pt/
APHES – Associação Portuguesa de História Económica e Social http://www.aphes.pt/
Euroclio - Conferência Europeia de Associações de Professores de História http://www.euroclio.eu/
The Historical Association http://www.history.org.uk/
The American Historical Association http://www.historians.org/
American Association for History and Computing http://theaahc.org/

Centros e institutos de investigação
Centro de História de Além-Mar http://cham.fcsh.unl.pt/
Instituto de História Contemporânea http://ihc.fcsh.unl.pt/
Instituto de Estudos Medievais http://www.fcsh.unl.pt/iem/
Institute of Historical Research http://www.history.ac.uk/

Projectos de investigação
Projecto arqueológico «Médio Eufrates Sírio» http://www.arqueologiaoriente.com/
Ius Lusitaniae. Fontes Históricas do Direito Português http://www.iuslusitaniae.fcsh.unl.pt/
Atlas. Cartografia Histórica http://www.fcsh.unl.pt/atlas
Memórias Paroquiais de 1758 http://www.fcsh.unl.pt/memorias
Materiais para a história eleitoral e parlamentar portuguesa http://purl.pt/5854/1/
Theban Mapping Project http://www.thebanmappingproject.com/

Repositórios e publicações digitais
RepositóriUM (Universidade do Minho) https://repositorium.sdum.uminho.pt/
MatrizPix http://www.matrizpix.imc-ip.pt/matrizpix/
American Council of Learned Societies - Humanities E-Book http://www.humanitiesebook.org/
Database of EUI publications http://cadmus.eui.eu/dspace/
Eliohs – Electronic Library of Historiography http://www.eliohs.unifi.it/indexbib.html
EOD: E-books On Demand http://books2ebooks.eu/?lang=pt
eScholarship Editions http://www.escholarship.org/editions/
Repositories of primary sources http://uidaho.edu/special-collections/Other.Repositories.html
Gutenberg-e http://www.gutenberg-e.org/
Project Gutenberg http://www.gutenberg.org/
Historical Voices http://www.historicalvoices.org/
Perseus Digital Library http://www.perseus.tufts.edu/hopper/

Avaliação de conteúdos na Internet

Separar o "trigo do joio" é uma tarefa ancestral e essencial nos campos. Gostando os historiadores de tudo o que é antigo, ancestral (bem, talvez nem todos!), nada mais natural do que terem desenvolvido um conjunto de metodologias que, à semelhança daquele trabalho agrícola, lhes permitissem averiguar, seleccionar e validar as fontes que possibilitam olhar para o passado com a confiança, com uma maior confiança pelo menos, de não estar a interpretar mal os seus testemunhos. Também aqui o objectivo é separar o bom do mau, avaliando o conteúdo e o contexto de produção do documento.
Se este trabalho é basilar na tarefa do historiador, porque razão deveria ser diferente na era do digital? A Internet é, além de muitas outras coisas, um gigantesco repositório de informação, de documentos, de fontes e potenciais fontes. É um arquivo, com regras um pouco diferentes dos tradicionais, é certo, mas nem por isso menos válido para o trabalho do historiador. Para o usar é necessário, primeiro, pesquisar e sobre isso já falei um pouco no último texto, mas depois é crucial conseguir avaliar o que se encontra.
Também esta fase faz parte da chamada "literacia informativa", sendo quase inata para o historiador. Se, perante um novo documento, um novo achado arqueológico, um novo artefacto, uma nova interpretação histórica, o "trabalhador do passado" (se os há para o "comércio", porque não para o passado!) automaticamente recorre à avaliação, à crítica, à recensão e análise, porque razão essas tarefas devem ser negligenciadas ou usadas com menos critério na Internet? A resposta deve apontar e reforçar precisamente a direcção oposta. Tendo em conta a forma como é produzida e disponibilizada uma boa parte dos conteúdos digitais, sem passar pelo crivo, pelo filtro académico, institucional, profissional, seja ele o peer review, seja ele editorial, aquelas tarefas assumem uma particular importância e acuidade.
A avaliação de conteúdos na Internet é, assim, uma necessidade e melhorar a forma como o historiador ou o estudante de História cumprem essa tarefa é algo que deve ocupar a mente e levar à acção todos os que têm a responsabilidade de ensinar pessoas. Desculpem-me a utilização de um conceito quase politicamente incorrecto, pois hoje em dia os "professores não ensinam", quando muito formam, desenvolvem competências, estimulam... Mas se assim é, então, o estímulo deve passar pela explicação de um conjunto de questões que todos os utilizadores da Internet devem ter presentes, em formato livro de bolso, quando se deparam com a informação e pretendem averiguar da sua qualidade.
As perguntas a lançar para o ciberespaço podem resumir-se aos já clássicos quem, para quem, porquê, como e quando. A obtenção de respostas a estas questões por parte dos sites que se consulta e a análise desse feedback é essencial para a avaliação da qualidade dos conteúdos ou recursos digitais. A principal dificuldade, porém, é que normalmente quem faz as perguntas tem também o trabalho, deve ter a persistência de procurar as respostas. Daí ter chamado a atenção para uma navegação "activa" da Internet, ou seja, não aceitar passivamente tudo o que vem à rede, pois nem tudo é peixe que se possa comer. Por vezes é necessário devolver ao mar de informação aquele que ainda não está completo, que não está suficientemente desenvolvido, ou colocar de lado, deitar fora o que está poluído.
Nesta tarefa, difícil e morosa a princípio, mas que com a continuação se vai tornando quase intuitiva, é preciso começar por questionar sobre o "quem". Quem produziu a informação, quem é responsável pelo site e pela divulgação do seu conteúdo? A que instituição está afiliado? Que competências e habilitações demonstra ter para falar sobre o assunto? Depois o "para quem". A quem se dirige o site? O seu público-alvo é a população em geral, são os estudantes, é o meio académico? Que tipo de discurso é utilizado? A seguir o "porquê". Qual o objectivo a atingir com o conteúdo do site? Que imagem ou ideia se quer fazer passar? Existirá alguma "agenda" escondida por trás do discurso, mais ou menos, científico? O "como" é igualmente importante. Que métodos e técnicas são usadas para passar a mensagem? O conteúdo é o mais importante ou é apenas acessório por entre um fogo-de-artifício de cores e animações? Existe rigor naquilo que é transmitido? São indicadas fontes ou referências que permitam confirmar ou confrontar o que é afirmado? Por fim, o "quando". O que foi encontrado é informação actual? Quando foi a mesma disponibilizada? Foi corrigido ou actualizado o conteúdo do site? Será que não existem dados e interpretações mais recentes sobre o assunto?
Bem, a lista de perguntas é extensa e assusta qualquer um à partida. Utilizar a Internet desta forma, com uma lista de verificações tão complicada e de resposta nem sempre simples ou óbvia, acaba por reduzir drasticamente a velocidade de navegação, mesmo que se use a banda larga. Será necessário obter resposta a todas as questões, em todos os sites que se encontra, a cada momento do trabalho de pesquisa pela Web? Não, isso vai depender muito do objectivo do trabalho, do rigor a colocar no mesmo, do tipo de utilizador. Numa parte dos casos bastará uma boa resposta às três primeiras perguntas para que sejam, mais ou menos, dispensáveis as restantes. Mas se o objectivo for mais exigente, mais académico, por exemplo, então chegar ao "como" e ao "quando" torna-se obrigatório.
O importante a destacar, até para não desanimar quem quer começar a fazer um uso mais produtivo e informativo da Internet, é que a lista de questões não é obrigatória a todo o momento, pode e deve ser adaptada aos objectivos e necessidades de cada um e, mais significativo do que tudo isso, é suficientemente maleável e assimilável para com facilidade e alguma prática passar a constituir uma competência natural de quem usa a Internet.
Os links que indico a seguir levam a um conjunto de sites onde esta temática é abordada. A lista de perguntas e a forma como as mesmas são apresentadas pode diferir, mas em todos é realçada a necessidade de um uso atento e crítico da Internet e da informação que através dela se obtém.

Trinkle, Dennis A., e Scott A. Merriman, The history highway, M.E. Sharpe, 2006, pp. 24-34. (no Google Books)

History Matters: Reference desk: Evaluating Digital Resources

Surfing for the Past: How to Separate the Good from the Bad
Using Primary Sources on the Web
Evaluating Web Pages: Techniques to Apply & Questions to Ask
Guide to Evaluating Websites
Teaching students to evaluate Web sources more critically

Photographic Truth in the Digital Era

Conteúdos Enganadores ou Falsos na Internet
Cinco Critérios Para Avaliar Websites - Parte I
Cinco Critérios Para Avaliar Websites - Parte II

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Será a Wikipédia uma boa fonte de informação?

A pergunta impõe-se quando se verifica que esta estrela da nova Web 2.o ou Web colaborativa é quase sempre o principal e o mais frequente resultado devolvido na maioria das pesquisas feitas na Internet na área da História. Não acreditam? Um saltinho rápido até ao Google e a realização de algumas pesquisas sobre, por exemplo, História de Portugal, Descobrimentos Portugueses, D. Afonso Henriques e 25 de Abril de 1974 ou ainda Black Death, Ancient Egypt e Australopithecus, pode ser esclarecedora. Sem surpresa, a enciclopédia livre aparece em primeiro ou nos três primeiros lugares das listas de resultados.
A questão é igualmente pertinente porque a juntar a esta evidência está outra, mais empírica do que científica ou estatística, que aponta para uma utilização massiva deste recurso como fonte de informação privilegiada pelos alunos, quando não como única fonte de informação. Neste ponto é preciso destacar um outro aspecto da já referida "literacia informativa", a necessidade de se avaliar criticamente os conteúdos disponibilizados na rede. Não basta saber encontrar a informação, cada vez mais é preciso saber filtrar a mesma, separar o bom do mau, comparar dados de diferentes origens, em poucas palavras, tal como a Web se está a tornar numa ferramenta de elaboração de conhecimento onde cada um pode ter um papel activo, pode ser um produtor, também por isso se torna obrigatório que sejamos e que ensinemos os alunos a serem consumidores activos de informação.
Sobre como o fazer, procurarei dar mais alguns detalhes num próximo texto. Por agora, julgo que pode ser útil para a discussão sobre a utilidade e validade da Wikipédia manter um espírito aberto, mas crítico, e dar uma espreitadela aos argumentos de quem é a favor e contra. Começar por um artigo da Time que considerou o anónimo colaborador da Web 2.0 como a "Pessoa do ano em 2006". Depois, passar os olhos por um pequeno, mas muito informativo, texto que permite relativizar a noção da Wikipédia como um recurso totalmente livre e editado pelas "massas" (Digg, Wikipedia, and the myth of Web 2.0 democracy). Afinal talvez nos faça pensar um pouco o facto da enciclopédia colaborativa não ter assim tantos colaboradores e como isso pode até acarretar mais desvantagens para o utilizador final do que se o universo dos enciclopédicos fosse mais abrangente. No fundo, pode ficar sempre a dúvida sobre quem efectivamente controla a disponibilização de conhecimento. Para os mais cépticos pode ser interessante avançar depois para um estudo publicado na Nature que coloca em pé de igualdade, quase, a Wikipédia e a versão Web da Enciclopédia Britânica. Vale a pena seguir a polémica gerada por esse artigo, com refutações e contra-refutações. Por fim, veja-se uma discussão entre dois apaixonados da Internet, mas com ideias muito diferentes sobre a mais valia da Web 2.0., curiosamente, um, Andrew Keen, com formação na área da História e o outro, David Weinberger, ligado à Filosofia (nem eu resisto a citar a Wikipédia para a biografia dos senhores em causa!).

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Encontrar História na Internet

Pesquisar informação de forma eficaz, produtiva, é não só uma das principais competências que devem ser adquiridas pelo estudante de História, como, no mundo globalizado de hoje, é um dos indicadores fundamentais para aferir o que a Unesco define com "literacia informativa". Ou seja, o desenvolvimento das capacidades requeridas para encontrar informação ou aceder, com proficiência, ao conhecimento, em especial, através da Internet, deve ser um aspecto fundamental da formação dos indivíduos.
Contudo, mesmo com o auxílio dos potentes motores de pesquisa existentes - e quem é que ainda não abriu um para tentar, quanto mais não seja por mera curiosidade, encontrar o seu nome na teia de nós e ligações que forma a WWW - por vezes, a tarefa afigura-se como "encontrar uma agulha num palheiro" tal é a quantidade de ruído devolvida pelo eco do Google, para citar a mais usada dessas ferramentas de exploração da Internet. A História não é excepção e, por vezes, tentar encontrar dados sobre um determinado acontecimento, sobre uma certa conjuntura ou sobre uma análise histórica, tenha sido distribuída através de um site, de um artigo ou de um livro, sem despender longas horas em frente a um monitor é, em boa medida, fruto do acaso.
Com este texto e as sugestões que dou a seguir não pretendo transformar-me em Teseu e resolver o mistério do labirinto da Internet, mas talvez em mero ajudante de Ariadne, contribuindo para tecer o novelo, chamando a atenção, por exemplo, que o próprio Google tem muito mais para oferecer do que o simples "I'm Feeling Lucky" da sua página principal. Para o curioso, o estudante e o investigador da História, as várias ferramentas desenvolvidas pela equipa do Google nos últimos anos oferecem um mundo de possibilidades, algumas óbvias, outras nem tanto. Mas existe muito mais na Internet para além do gigante das pesquisas e para tipos de dados muito variados, apresentados em texto ou em imagens, existem sites onde uma pesquisa mais atenta pode dar excelentes resultados. Por agora ficam apenas alguns exemplos que vão da pesquisa de livros, a artefactos de museu, por vezes recorrendo a sites "improváveis" ou passando por portais especializados na gestão de informação. Por fim, quando o que se procura já não está disponível, pois também isso é frequente ocorrer na Internet, podendo considerar-se como uma das suas principais desvantagens, é sempre possível recorrer a uma "máquina do tempo" disponibilizada pelo projecto "Internet Archive".

Google
Google Books
Google Scholar
Google News Timeline

WorldCat
Amazon
Europeana

Librarians' Internet Index
Intute: Arts and Humanities

terça-feira, 21 de julho de 2009

História digital

Aqui ficam alguns links para artigos, blogs e sites dedicados à História Digital ou à discussão do conceito, vantagens e desvantagens desta nova área de exploração do passado. A lista não pretende ser exaustiva, mas apenas contribuir para uma introdução ao tema. A organização dos links é simplesmente alfabética, mas aconselha-se vivamente o início da caminhada na descoberta da História Digital através da consulta do texto de Daniel Coen e Roy Rosenzweig, Digital History: A Guide to Gathering, Preserving, and Presenting the Past on the Web:

A Companion to Digital Humanities
Digi-History
Digital Arts and Humanities
Digital Historian
Found History
History and New Media
Methodologies and the (Digital) History Major
The Pasts and Futures of Digital History
The Promise of Digital History

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Início do curso "Clio sabe surfar!"

Começa hoje o curso "Clio sabe surfar!". Quero antes de mais dar as boas-vindas aos participantes no curso e desejar que, para além de aprenderem alguma coisa, aproveitem para o fazer de uma forma descontraída, pois a Internet pode ter também um lado lúdico. Confesso que o programa que a seguir vos apresento não aparenta fazer justiça a essa afirmação, mas isso passa por um entendimento muito particular sobre o que pode ser o "prazer do trabalho"!
Os objectivos gerais do curso já os conhecem quem nele se inscreveu, mas nunca será demais recordá-los. Sucintamente, a rede global de comunicações teve a grande vantagem de nos colocar a todos, os que ensinam, os que querem aprender, os meros curiosos, perante um verdadeiro paradoxo. Por um lado, encurtou o espaço e o tempo da época actual, trazendo um volume e manancial de informação que não lembraria decerto a Diderot e D'Alembert, democratizando de uma forma nunca vista o acesso à informação, bem como a produção e disponibilização de novo conhecimento. Por outro lado, colocou a sociedade e, em especial, a comunidade "científica" a braços com o problema da super-abundância de dados, a que se associou a dificuldade em lidar com a qualidade, ou falta dela, da verdadeira torrente informativa ou, nos piores exemplos, de mera clonagem informativa potenciada pela Internet.
Com este curso pretende-se chamar a atenção, precisamente, para este paradoxo e para algumas formas, necessariamente, limitadas de tentar ultrapassá-lo. Para isso, mais do que apresentar, procurarei estimular o uso de um conjunto de técnicas e metodologias que permitam uma pesquisa, selecção e avaliação das fontes digitais disponibilizadas na net, procurando fazê-lo de uma forma que o recurso à Web se traduza numa maior eficácia e produtividade informativa ou educativa. O estímulo passará, obviamente, por uma exploração, tanto quanto possível, autónoma dos vários recursos disponíveis no espaço virtual, que possam ser úteis para o trabalho de professores, investigadores e estudantes.
Acima de tudo, pretendo que os participantes neste curso alarguem os seus horizontes sem, contudo, perderem de vista a "prancha" que lhes permita aproveitar bem a "onda" de conhecimento da Internet (cá está o surf)!