domingo, 7 de março de 2010

Clio e Zotero

Por estes tempos o trabalho e as ocupações têm sido em demasia e a disponibilidade para ir actualizando o "Clio sabe surfar!" tem sido pouca. Porém, o retomar das actividades ligadas à História Digital, como sejam a docência em Informática Aplicada à História, na universidade, uma acção de formação sobre a exploração da temática das revoluções contemporâneas através da Internet, pela APH, ou o retomar da Escola de Verão, na FCSH, criaram o ensejo de lançar nova mensagem no ciberespaço. É precisamente sobre esta última que pretendo falar. Depois da edição de 2009 onde foi apresentado o curso "Clio sabe surfar! A Internet como ferramenta para as Ciências Históricas" (responsável pelo nascimento deste blogue!), este ano, além de repetir a dose vou apresentar também o curso "Zotero: gestão bibliográfica simples para uma investigação produtiva". As inscrições para os dois cursos já estão abertas.

O que é o Zotero, estarão provavelmente a perguntar? É... simples. É isso mesmo, é um software simples para recolha, organização e gestão de referências bibliográficas, e não só, na Internet. Mas simples, neste caso, significa também potente e eficaz. Hoje em dia, uma parte significativa do nosso trabalho de pesquisa de informação passa pela Web, passamos algumas horas por semana, ou mesmo por dia, a navegar em informação. O perigo, por vezes, é de naufrágio, ou, dito por outras palavras, é não aproveitarmos convenientemente o que vamos descobrindo no mar digital, pois nem sempre é simples gerir esse volume de dados para dar novos mundos ao nosso mundo: seja porque não conseguimos recordar todos os sítios (de Internet!) por onde andámos, seja porque a lista de favoritos começa a ficar caótica, seja porque não sabemos onde está guardado no computador aquele artigo espectacular que descarregámos, seja porque não somos capazes de voltar a fazer aquela pesquisa fantástica que nos levou a uns vídeos interessantíssimos, seja ainda porque começa a ser impossível controlar a nossa biblioteca pessoal. O que o Zotero promete e (sou suspeito para dizer isto, mas vou dizê-lo na mesma!) cumpre é colocar ordem neste aparente caos informacional.

O Zotero é uma ferramenta concebida e mantida pelo Center for History and New Media da Universidade de George Mason, em Washington, onde tive o privilégio de ter frequentado um workshop sobre Digital History. Foi aí que pela primeira vez tomei contacto com o Zotero (acabadinho de nascer!) e, devo afirmá-lo, foi "amizade à primeira vista". Um software descomplicado, que facilita a gestão da informação, feito por uma equipa de historiadores a pensar essencialmente, mas não só, nos utilizadores da Internet só podia ter esse efeito sobre um aprendiz de historiador que usa a Web como uma ferramenta profissional em várias vertentes da sua actividade laboral.