tag:blogger.com,1999:blog-31484693769027788702023-11-15T08:58:31.669-08:00Clio sabe surfar!Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12910250453426870593noreply@blogger.comBlogger28125tag:blogger.com,1999:blog-3148469376902778870.post-7914860509869621852016-02-06T05:07:00.000-08:002016-02-06T05:07:26.473-08:00Digital Humanities and HistoryO blogue "Clio sabe surfar!" foi descontinuado :)<br />
As suas funções estão agora atribuídas a outro blogue, na rede de blogues académicos "Hypotheses", onde continuarei a publicar informação sobre a aplicação de métodos e ferramentas digitais à investigação em História. Todas as mensagens publicadas aqui foram transferidas para o novo blogue.<br />
Visitem aqui: <a href="http://dhhistory.hypotheses.org/">http://dhhistory.hypotheses.org/</a>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12910250453426870593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3148469376902778870.post-51647846496736483522014-06-13T02:46:00.001-07:002014-06-13T03:36:30.702-07:00Doing History in the Digital WorldNo ano em que foi formalizada a criação da linha temática de investigação do IHC “Humanidades Digitais e Investigação Histórica”, a coincidência de ver publicado um número especial da revista IJHAC com resultados de um <a href="http://digital-methods-and-tools-for-history.blogspot.pt/2011/07/digital-methods-and-tools-for.html">workshop organizado na FCSH em 2011</a>!
<br />
<blockquote class="twitter-tweet" lang="en">
Looks v. useful: Doing History in the Digital World -special issue International Jnl Humanities & Arts Computing <a href="http://t.co/yZDqLUMusi">http://t.co/yZDqLUMusi</a><br />
— Helen Rogers (@helenrogers19c) <a href="https://twitter.com/helenrogers19c/statuses/477376857185456128">June 13, 2014</a></blockquote>
<script async="" charset="utf-8" src="//platform.twitter.com/widgets.js"></script>
<br />
<blockquote class="twitter-tweet" lang="en">
Doing History in the Digital World - special of International Journal of Humanities & Arts Computing <a href="http://t.co/CJ4lb8EGrJ">http://t.co/CJ4lb8EGrJ</a> via <a href="https://twitter.com/EdinburghUP">@EdinburghUP</a><br />
— Transcribe Bentham (@TranscriBentham) <a href="https://twitter.com/TranscriBentham/statuses/477356746650816512">June 13, 2014</a></blockquote>
<script async="" charset="utf-8" src="//platform.twitter.com/widgets.js"></script>
<br />
<blockquote class="twitter-tweet" lang="en"><p>Doing History in the Digital World <a href="http://t.co/LYRtNGJyf2">http://t.co/LYRtNGJyf2</a> via <a href="https://twitter.com/EdinburghUP">@EdinburghUP</a></p>— Edinburgh UniPress (@EdinburghUP) <a href="https://twitter.com/EdinburghUP/statuses/477387222518206466">June 13, 2014</a></blockquote>
<script async src="//platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12910250453426870593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3148469376902778870.post-87745628321164169582013-11-23T03:46:00.002-08:002013-11-23T03:49:44.287-08:00Fundação da Associação das Humanidades DigitaisNo passado mês de Outubro estive na Universidade de São Paulo, a convite do<a href="http://humanidadesdigitais.org/" target="_blank"> Grupo de Humanidades Digitais</a> daquela universidade, dinamizado pela <a href="http://mariaclarapaixaodesousa.wordpress.com/" target="_blank">Maria Clara Paixão de Sousa</a>. O objectivo foi a participação no <a href="http://seminariohumanidadesdigitais.wordpress.com/" target="_blank">I Seminário de Humanidades Digitais do Brasil</a>, que contou com a presença de investigadores de várias disciplinas das Humanidades, do Brasil, Portugal e de outros países. As <a href="http://seminariohumanidadesdigitais.wordpress.com/programa/" target="_blank">apresentações</a> e discussões foram muito interessantes, abordando temas tão variados como o Open Access, as bibliotecas digitais, a investigação em Linguística, História e outras disciplinas com recurso a métodos e fontes digitais, entre outros temas e abordagens.<br />
<br />
Contudo, quero destacar o que aconteceu no final do encontro, a fundação da Associação das Humanidades Digitais, em Língua Portuguesa. As discussões para a fundação da AHDig começaram ainda antes do seminário, reforçaram-se em reuniões na espectacular <a href="http://www.brasiliana.usp.br/" target="_blank">Biblioteca Brasiliana da USP</a> e terminaram com o anúncio oficial no dia 25 de Outubro, juntamente com o lançamento do site <a href="http://ahdig.org/" target="_blank">http://ahdig.org/</a>.<br />
<br />
O objectivo é procurar estabelecer redes de investigadores, projectos e metodologias que cruzem Humanidades e Digital, em língua portuguesa ou sobre o espaço que fala português. Cada vez mais a perspectiva multilingue está a ser discutida e estimulada no seio da comunidade de praticantes das chamadas Humanidades Digitais, pelo que a criação desta rede pretende ser também um contributo para a afirmação internacional da investigação em português ou sobre o mundo que fala português.<br />
<br />
<a href="http://ahdig.org/junte-se-a-nos/" target="_blank">Juntem-se a nós!</a>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12910250453426870593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3148469376902778870.post-21605536667020561862013-09-10T04:46:00.003-07:002013-09-10T04:46:57.860-07:00Inquérito sobre métodos de visualização de dadosAs ferramentas e métodos de visualização de dados são hoje em dia um dos vectores mais dinâmicos das Humanidades Digitais. Importantes não só pela riqueza e beleza que podem conferir à apresentação final dos resultados de uma investigação (e quantas ideias não ficaram mal defendidas devido a um gráfico mal elaborado, por exemplo?!), estas técnicas são cada vez mais encaradas como fazendo parte da própria análise da informação que se está a investigar. Através de uma boa visualização podemo-nos aperceber de novos padrões sobre os dados, lançar novas hipóteses de trabalho, obter respostas que os dados "planos" não nos mostravam e, claro, abrilhantar as nossas apresentações.<br />
<br />
No âmbito das actividades da NeDiMAH (Network for Digital Methods in the Arts and Humanities - <a href="http://www.nedimah.eu/">http://www.nedimah.eu/</a>) tive oportunidade de colaborar
na elaboração de um questionário sobre "visualização" nas Digital
Humanities. O objectivo é procurar perceber o impacto e importância
destas ferramentas/metodologias nas actividades dos investigadores que
de algum modo incorporam os métodos digitais nos seus estudos.<br />
<br />
É um formulário simples e curto e seria muito interessante poder contar com os contributos e/ou na divulgação do mesmo por todos os interessados nesta matéria. Este é o endereço do questionário: <a href="https://www.surveymonkey.com/s/R3KNWG9" target="_blank">https://www.surveymonkey.com/<wbr></wbr>s/R3KNWG9</a>. Desde já agradeço.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12910250453426870593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3148469376902778870.post-49258220942696264362013-07-26T10:04:00.002-07:002013-07-26T10:04:24.927-07:00Mais uma "zoterice"!Antes de ir de férias gostava de fazer alguma publicidade ao curso de bases de dados bibliográficas e Zotero que vou dar na Escola de Verão da FCSH, entre 2 a 4 de Setembro (<a href="http://verao.fcsh.unl.pt/Cursos/Bibliografias%20Zotero.html">http://verao.fcsh.unl.pt/Cursos/Bibliografias%20Zotero.html</a>).
Para os mais distraídos, o Zotero é um programa de gestão de informação bibliográfica, gratuito, feito por historiadores (é verdade!!!) e que permite gerir todas as nossas referências bibliográficas (e não só!) à medida que navegamos na Internet.
Hoje em dia, uma parte substancial do nosso tempo de investigação é passado online, seja à procura de informação, seja a comunicar. O Zotero trabalha precisamente onde é mais necessário e depois permite gerir toda a informação para nos ajudar a executar tarefas sempre tão aborrecidas e morosas como as notas de rodapé num artigo ou tese, os estilos de citação bibliográfica e a elaboração de bibliografias.
Ao Zotero, neste curso, junto um conjunto de dicas de exploração de recursos bibliográficos online, como sejam as grandes bibliotecas nacionais e estrangeiras, as bases de dados de revistas científicas, motores de pesquisa especializados para as áreas académicas, entre outros.
Para mais informação podem consultar a página do curso: <a href="http://verao.fcsh.unl.pt/Cursos/Bibliografias%20Zotero.html">http://verao.fcsh.unl.pt/Cursos/Bibliografias%20Zotero.html</a>
Boas férias!Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12910250453426870593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3148469376902778870.post-19281152377925690132013-07-08T17:12:00.003-07:002013-07-08T17:16:20.694-07:00Textos e mapas digitais em Lancaster<span class="userContent" data-ft="{"tn":"K"}">O dia 8 de Julho de 2013 foi um dia produtivo a falar sobre textos e mapas digitais na Universidade de Lancaster. A minha apresentação em colaboração com a Ana Isabel Queiroz está disponível aqui <a href="http://atlas.fcsh.unl.pt/docs/From_close_reading_to_spatial_analysis.pdf">http://atlas.fcsh.unl.pt/docs/From_close_reading_to_spatial_analysis.pdf</a> (com alguns resultados das nossas viagens pela literatura portuguesa dos dois últimos séculos).</span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12910250453426870593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3148469376902778870.post-82041217098351255042013-06-08T04:07:00.001-07:002013-06-08T05:56:55.767-07:00Humanidades Digitais e trabalho colaborativo<div class="entry-content">
Declaração de interesses: esta entrada no blogue, não o sendo formalmente, é também assinada pela <a href="http://ihc.fcsh.unl.pt/pt/ihc/investigadores/item/1083-aiqueiroz" target="_blank">Ana Isabel Queiroz</a>, colega que idealizou e coordena o projecto de que vou falar aqui: <a href="http://paisagensliterarias.ielt.org/" target="_blank">LITESCAPE.PT</a>. Ela e a Cristina Joanaz dinamizam a linha de investigação em <a href="http://verao.fcsh.unl.pt/Cursos/Introdu%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A0%20Hist%C3%B3ria%20do%20Ambiente.html" target="_blank">História do Ambiente do IHC</a>, para a qual o texto e mapas seguintes pretendem ser apenas um pequeno contributo da minha parte.<br />
<br />
Mas antes gostaria de falar sobre algo que está subjacente ao
referido projecto e que em muito tem sido potenciado pelo crescimento
das Humanidades Digitais, o trabalho colaborativo, que de alguma forma
foi, no projecto referido, associado ao chamado “crowdsourcing”, apesar
de não serem conceitos exactamente equivalentes. Tentarei explicar a
seguir.<br />
<br />
Como vários autores têm referido, análises quantitativas e métodos
digitais são extremamente úteis para trabalhar com corpus de textos de
grandes dimensões e de grande diversidade, permitindo observar e
comparar padrões, definir metas e testar hipóteses. Franco Moretti
(Moretti. 2000. “Conjectures on World Literature.” <i>New Left Review</i>:
54–68), usando um exemplo extraído da História Social, defendeu a
importância de, nos estudos sobre Literatura, o investigador se afastar
de algum modo da metodologia de “close reading” que provavelmente
continua a ser a principal metodologia usada nos estudos literários de
vários meios académicos. Contudo, o conceito de “close reading” que nós
usamos no projecto referido é diferente, uma vez que não compreende uma
abordagem linguística, filológica ou de outro tipo especializada e
focada num reduzido número de obras literárias, mas mantém a necessidade
de uma análise detalhada ao conteúdo dos textos, executada através de
uma protocolo de leitura específico, que é seguido por académicos,
investigadores e alunos de estudos literários, sobre um grande volume de
textos. O processo usado pretende manter todas as vantagens de uma
análise detalhada, ou de uma leitura tradicional, e desta forma evitar
algumas das desvantagens associadas a abordagens do tipo “distant
reading”, como sejam a necessidade de desambiguar nomes de locais, nomes
próprios e outros erros que normalmente emergem de processos
computacionais de pesquisa e extracção automática de textos (Gregory e
Hardie. 2011. “Visual GISting: Bringing Together Corpus Linguistics and
Geographical Information Systems.” <i>Literary and Linguistic Computing</i>
26, 5–9), mas de algum modo pretende estabelecer pontes com os métodos
digitais e quantitativos que permitam ultrapassar as limitações
inerentes à abordagem “close reading”, sejam elas relacionadas com o
tempo de pesquisa ou com o volume de dados a tratar. O objectivo é
potenciar o estabelecimento de relações ou conexões entre vários
excertos dos textos literários e entre vários textos literários à medida
que estes são lidos e introduzidos numa base de dados relacional.<br />
<br />
Ao pensar nesta abordagem particular, é necessário prestar atenção a
alguns problemas específicos colocados pelos textos portugueses e nas
dificuldades na utilização de técnicas mais avançadas na sua exploração,
como a linguística computacional, por exemplo. Apenas uma diminuta
amostra do corpus literário português se encontra digitalizado e
validado na íntegra, o que cria dificuldades em termos de tempo gasto e
dos recursos financeiros necessários para o desenvolvimento de um corpus
estável e de qualidade suficiente para sobre ele ser possível aplicar
metodologias automáticas ou semi-automáticas de extracção e análise de
texto. Além disso, software de linguística computacional está disponível
essencialmente para inglês e embora actualmente uma equipa de
investigação portuguesa esteja dedicada a construção de uma versão para
português, esta ainda não está totalmente disponível, o que coloca
problemas quando estamos a lidar com textos publicados desde o século
XIX até ao presente, com todas as variações ortográficas introduzidas
numa língua que passou por várias reformas ortográficas desde o início
do século XX (Hendrickx e Marquilhas. 2012. “From Old Texts to Modern
Spellings: An Experiment in Automatic Normalisation.” In <i>Proceedings of the Workshop on Annotation of Corpora for Research in the Humanities</i>,
1-12. Germany: Heideberg University). Além de tudo isso, era necessário
também levar em conta a capacidade de resposta da comunidade académica
portuguesa, nem sempre muito aberta ao desafio das Humanidades Digitais,
é preciso confessá-lo.<br />
<br />
Com isso em mente, tentando superar as limitações ao nível do tempo
consumido pelo processo de leitura atenta, as limitações quanto à
extensão do corpus literário que aquele processo normalmente abrange e,
em simultâneo, mantendo um ambiente de investigação “controlado”,
optou-se por uma abordagem que se pode chamar de “crowdsourcing”
controlado. O método de “crowdsourcing”, como uma forma eficaz, em
termos de tempo, custos e qualidade de resultados, de lidar com a
transcrição digital de grandes quantidades de texto a partir do suporte
analógico, tem sido abordado em vários trabalhos. Tem a vantagem
financeira de se basear principalmente no trabalho voluntário; de ser
eficaz porque une o trabalho colaborativo de várias pessoas focadas num
conjunto de metas ou objectivos comuns; e, aparentemente, é também capaz
de gerar resultados muito interessantes em termos de qualidade final,
mesmo tendo em conta que estes resultados emergem essencialmente de
trabalho voluntário (Causer, Tonra e Wallace. 2012. “Transcription
Maximized; Expense Minimized? Crowdsourcing and Editing The Collected
Works of Jeremy Bentham.” <i>Literary and Linguistic Computing</i> 27 (2) (June 1): 119–137).<br />
<br />
Uma vez que se pretendia lidar com a questão do tempo e da quantidade
de excertos literários usados, num projecto não financiado e onde a
possibilidade de utilizar exclusivamente uma abordagem baseada em
ferramentas digitais apresentava alguns problemas, a abordagem de
“crowdsourcing” controlado parecia fazer sentido. O projecto, contudo,
não recorreu ao esforço voluntário do público em geral, como é normal
neste tipo de metodologia, mas a um trabalho colaborativo entre
professores, investigadores, estudantes e bolseiros de investigação que,
através de uma leitura atenta das obras literárias escolhidas,
realizaram a selecção dos excertos, elaboraram a sua classificação de
acordo com um conjunto de descritores geográficos, temporais e temáticos
pré-definidos, e registaram os mesmos numa base de dados relacional,
elaborada especificamente para o efeito. Os leitores associados ao
projecto têm origem essencialmente no meio académico, entre
investigadores e docentes, no corpo de estudantes de graduação e
pós-graduação universitária, bem como no meio docente das escolas
básicas e secundárias com ligação às disciplinas de Língua Portuguesa,
Geografia, História e Ciências. Todos seguiram um protocolo de leitura
que visou garantir a coerência e qualidade do processo que foi sofrendo
uma validação contínua pelos membros da equipa de investigação.<br />
<br />
A base de dados foi desenvolvida em PostgreSQL e conectada aos
portáteis dos leitores através de ODBC (Open Database Connectivity).
Deste modo, só foi dado acesso à base de dados aos voluntários do
projecto, que asseguram uma alta qualidade no processo de leitura e
registo dos excertos literários. Uma vez que a base de dados é
partilhada entre todos, o tempo consumido na entrada de dados foi
substancialmente melhorado, porque qualquer informação registada por um
leitor, seja um nome de um escritor, um local geográfico ou um descritor
de flora, por exemplo, fica automaticamente disponível para ser usado
por todos os outros. Esta funcionalidade permite também reduzir alguma
da ambiguidade e subjectividade inerente ao processo de leitura, um
aspecto que também é conseguido pelo protocolo referido.<br />
<br />
Entre outros, alguns dos objectivos do processo de leitura foram os
de identificar os nomes de lugares ou localizações ficcionais e
não-ficcionais, e estabelecer a relação destes com a ocupação humana do
território, com a caracterização dos diferentes tipos de usos do solo
(composição e configuração), com a identificação das transformações da
paisagem ao longo do tempo e com o inventário de espécies vegetais e
animais presentes em cenários literários. Para todas estas informações,
foi estabelecida a correspondente identificação de uma unidade
geográfica como o critério mínimo para o registo de um excerto literário
na base de dados. Foram consideradas três divisões territoriais. A mais
abrangente refere-se aos chamados NUT-III (Nomenclatura das Unidades
Territoriais, nível III), territórios formados por um conjunto de
municípios, com fins estatísticos, num total de 28 em Portugal
continental. Sempre que possível, o processo de identificação geográfica
registou outras referências, como municípios ou freguesias. Em alguns
casos, nomeadamente em centros urbanos, ou em obras literárias muito
descritivas, foi usada uma localização precisa, confrontando ruas e
lugares mencionados nos textos, com dados sobre a latitude e a longitude
armazenados em gazetteers, uma abordagem metodológica aplicada em
várias trabalhos (Southall, Mostern e Berman. 2011. “On Historical
Gazetteers.” <i>International Journal of Humanities and Arts Computing</i> 5 (October): 127–145), e já utilizada nos anteriores contributos para este blogue.<br />
<br />
O que aqui se apresenta é apenas um exemplo possível retirado dos
resultados do LITESCAPE.PT, neste caso sobre a distribuição geográfica
das menções a sobreiros e azinheiras nas obras literárias registadas na
base de dados.<br />
<br />
<a href="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Sobreiro_Azinheira_1.jpg"><img alt="Sobreiro_Azinheira_1" class="aligncenter size-full wp-image-54" height="225" src="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Sobreiro_Azinheira_1.jpg" width="400" /></a><br />
<br />
A todos os excertos literários podem depois ser aplicados critérios
de pesquisa padronizados que permitem encontrar, seleccionar e extrair
toda a informação e associá-la a dados geográficos.<br />
<br />
<a href="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Sobreiro_Azinheira_2.jpg"><img alt="Sobreiro_Azinheira_2" class="aligncenter size-full wp-image-55" height="225" src="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Sobreiro_Azinheira_2.jpg" width="400" /></a><br />
<br />
Neste caso, tendo em conta que estamos a lidar com dados literários, com representações sobre essas duas espécies de <i>Quercus</i>,
há todo o interesse em verificar se as mesmas têm uma distribuição
geográfica de algum modo comparável com a realidade. Para testar isso
foram usados dados do <a href="http://sniamb.apambiente.pt/webatlas/" target="_blank">Atlas do Ambiente</a>, da Agência Portuguesa do Ambiente.<br />
<br />
<a href="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Sobreiro_Azinheira_3.png"><img alt="Sobreiro_Azinheira_3" class="aligncenter size-large wp-image-48" height="224" src="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Sobreiro_Azinheira_3-1024x576.png" width="400" /></a><br />
<br />
A informação “literária” e “ambiental” foi trabalhada no já conhecido SIG…<br />
<br />
<a href="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Sobreiro_Azinheira_4.png"><img alt="Sobreiro_Azinheira_4" class="aligncenter size-large wp-image-49" height="224" src="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Sobreiro_Azinheira_4-1024x576.png" width="400" /></a><br />
<br />
… dando origem a várias representações gráficas sobre a distribuição de azinheiras…<br />
<br />
<a href="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Azinheira.jpg"><img alt="Azinheira" class="aligncenter size-full wp-image-51" height="400" src="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Azinheira.jpg" width="282" /></a><br />
<br />
… sobreiros…<br />
<br />
<a href="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Sobreiro.jpg"><img alt="Sobreiro" class="aligncenter size-full wp-image-52" height="400" src="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Sobreiro.jpg" width="282" /></a><br />
<br />
… e do conjunto de sobreiros e azinheiras.<br />
<br />
<a href="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Sobreiro_Azinheira.jpg"><img alt="Sobreiro_Azinheira" class="aligncenter size-full wp-image-53" height="400" src="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Sobreiro_Azinheira.jpg" width="282" /></a><br />
<br />
Depois, as mesmas podem ser comparadas com a cartografia do Atlas do
Ambiente, sendo possível verificar a quase exacta correspondência entre
os dois tipos de geografias, a extraída dos textos literários
portugueses e a que resulta dos levantamentos realizados pelo Ministério
da Agricultura na década de 1980.<br />
<br />
<a href="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Sobreiro_Azinheira_Atlas_Ambiente.jpg"><img alt="Sobreiro_Azinheira_Atlas_Ambiente" class="aligncenter size-full wp-image-50" height="400" src="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Sobreiro_Azinheira_Atlas_Ambiente.jpg" width="282" /></a><br />
<br />
Feitos em apenas alguns minutos, como é óbvio, a realização destes
mapas, se pensarmos no que lhes deu origem, demorou muito mais do que
algumas horas. Eles são o resultado de toda uma equipa de investigação
da <a href="http://www.fcsh.unl.pt/" target="_blank">FCSH</a> (do <a href="http://www.ielt.org/" target="_blank">Instituto de Estudos de Literatura Tradicional</a> e do <a href="http://ihc.fcsh.unl.pt/pt/investigacao/grupos-de-investigacao/item/2281-territorios-e-sociedades" target="_blank">Instituto de História Contemporânea</a>),
que de forma voluntária e colaborativa foram lendo e introduzindo na
base de dados milhares de excertos literários, que permitem agora
realizar investigação, produzir novos conhecimentos em áreas tão
distintas como a Literatura, a História, os Estudos Ambientais, a
Geografia, os Estudos Urbanos, a Antropologia, entre outras, mas todas
cruzadas através das potencialidades das Humanidades Digitais.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12910250453426870593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3148469376902778870.post-22236790371602341862013-06-05T12:55:00.001-07:002013-06-05T12:57:32.234-07:00"Humanidades Digitais" e interdisciplinaridade<div class="entry-content">
Este palavrão que me custa sempre a escrever
(interdisciplinaridade) – e que o corrector ortográfico online não
reconhece – tem sido um dos principais resultados da ligação entre o
Digital e a História. Só esta relação entre a Informática e a História é
já de si interdisciplinar, mas o certo é que o crescente cruzamento de
saberes e metodologias entre as disciplinas das Humanidades e entre
estas e as outras ciências, Sociais, Naturais ou Exactas, em muito tem
beneficiado da globalização tecnológica. Dizer isto não é negar, nem
esquecer a forte conexão entre as várias ciências sociais e humanas
potenciada pela Escola dos Annales, entre outros. O ritmo e a
abrangência agora é que são diferentes.<br />
<br />
Por exemplo, a Geografia é cada vez mais chamada a outras área do
saber, como a História (algo que não é novo!), a Literatura (que é mais
recente), a Saúde, a Política, a Sociologia, a Biologia, etc., etc.. E
muito disto, não sendo novidade absoluta, tem sido potenciado pelo
incremento no uso dos Sistemas de Informação Geográfica (SIG). A
História dá-se muito bem com os Estudos Políticos, com a Literatura,
sempre se deu bem com a Geografia, mas até com a Medicina, a Matemática
ou os Estudos Ambientais têm sido construídas pontes, para as quais o
Digital tem sido uma forte fundação.<br />
<br />
No que me diz respeito, julgo que tenho feito uma parte deste
caminho. Começando na História e “afunilando” para a História Económica e
Social do século XIX, as ligações à Sociologia e aos seus métodos, por
exemplo, estiveram sempre presentes, mas desde cedo que a importância da
Geografia foi fundamental, fosse através das leituras de Orlando
Ribeiro para a tese de mestrado, fosse através do recurso aos SIG, a
partir desse momento. O certo é que o Digital, em vez de tornar mais
evidentes as diferenças de métodos e perspectivas de análise que
resultam da comparação entre o trabalho desse mestre da Geografia
portuguesa e as tendências dos modernos geógrafos, tem permitido
aproximações e releituras desses dois mundos, na aparência tão
distantes, que aproveitam muito para a História, em particular, nas
abordagens de longa duração. Mas os caminhos são vários e a ligação ao
Digital permitiu sair com muito facilidade do casulo oitocentista e
navegar por outros temas e épocas, desde a Idade Média, à Revolução do
25 de Abril. Ao mesmo tempo, possibilitou ligações à Biologia, ao
Ambiente, à Economia, aos Estudos Religiosos e à Literatura.<br />
<br />
O Digital até podia não ter acrescentado mais nada à História, ou no
geral às Humanidades, que só esta maior flexibilidade para o cruzamento
de saberes constituiria, por si, uma marca de sucesso.<br />
<br />
O que aqui apresentei de uma forma quase idílica, sem entraves, foi
sofrendo profundas resistências da/na Academia, em grande medida geradas
pelo mesmo factor que travou na década de 1980 a aproximação à
Estatística: um excessivo peso dado aos métodos em detrimento dos
resultados e um quase monopólio das fontes de cariz quantitativo. Pois o
que parece ter aproximado em definitivo esses dois mundos, o Digital e
as Humanidades, foi a coincidência de dois factores nos últimos anos.
Por um lado, a crescente disponibilização em formato digital de grandes
volumes de textos, fonte primária para muitas das disciplinas das
Humanidades e fundamental para a História ou a Literatura (de que aqui
se falará mais à frente). Por outro, a crescente capacidade das
ferramentas digitais tratarem de forma eficaz essa informação não
estruturada ou, pelo menos, não estruturada de acordo com as regras da
Matemática.<br />
<br />
Nesta perspectiva, a ligação entre textos e mapas, feita através do
Digital (via bases de dados relacionais, Linguística Computacional,
ferramentas Web 2.0, SIG, etc., etc.) tem sido das que mais destaque tem
tido nos últimos anos, sendo vários os projectos, nacionais, de âmbito
europeu, americanos ou globais que procuram, de várias formas, com
vários objectivos e dentro de áreas disciplinares diversas uma nova
forma de ler essa imensa volumetria de dados.<br />
<br />
O que aqui apresento é apenas mais um exemplo do que é possível
fazer, neste caso ligando Literatura, bases de dados relacionais e SIG.
No exemplo anterior, o trabalho subjacente à transposição dos textos
para os mapas foi relativamente simples, pois a fonte sobre os jornais e
revistas portuguesas do século XIX apresentava a informação já
razoavelmente estruturada (e as máquinas adoram esse tipo de informação e
lidam bem com ela). O próprio objectivo do trabalho ajudava, pois
pretendia-se apenas uma análise sobre a evolução cronológica e
geográfica da imprensa de oitocentos.<br />
<br />
Contudo, noutros casos, nem a fonte apresenta uma estrutura mais
“matemática”, nem os objectivos do trabalho se ficam pela simplicidade
da descrição. É, por vezes, necessário analisar o conteúdo, extrair dele
sentido e significado e, nestes casos, o casamento entre o Digital e as
competências de investigação próprias do Humanista tem de ser mais
profundo. Na gíria recente das Humanidades Digitais, aplicável quer à
Literatura, quer à História ou outra qualquer disciplina que recorra, em
massa, à fonte textual, estamos na presença da necessidade de
compatibilizar dois métodos: a leitura atenta e a leitura de distância,
ou o que os ingleses chamam de “close reading” <i>versus</i> “distant reading” (a tradução está muito livre, obviamente).<br />
<br />
Optei por aquilo que me é próximo, conhecido e que facilitaria a
“leitura atenta”: o romance “O crime do Padre Amaro” de Eça de Queirós.
Para a “leitura de distância” optei também por aquilo que era mais
fácil, que melhor dominava: as bases de dados relacionais e os SIG.
Objectivo: fazer um mapa de localização e também de algum significado
das geografias presentes nesta obra do século XIX. Metodologia: fazê-lo
procurando conciliar rigor na análise com rapidez na execução, “close
reading” com “distant reading”.<br />
<br />
Fica aqui o resultado, partindo de uma versão em PDF do referido
texto, que já li há alguns anos na versão papel do Círculo de Leitores,
mas que não queria voltar a ler (pelo menos, da forma tradicional), para
através dessa leitura produzir um mapa, no fundo, o objectivo deste
blogue.<br />
<br />
<a href="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Crime_Padre_Amaro_1.png"><img alt="Crime_Padre_Amaro_1" class="aligncenter size-large wp-image-39" height="222" src="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Crime_Padre_Amaro_1-1024x576.png" width="400" /></a><br />
<br />
É sabido que a acção decorre, em boa medida, em Leiria, mas são
muitas outras as referências geográficas usadas por Eça no seu romance.<br />
<br />
<a href="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Crime_Padre_Amaro_2.png"><img alt="Crime_Padre_Amaro_2" class="aligncenter size-large wp-image-40" height="224" src="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Crime_Padre_Amaro_2-1024x576.png" width="400" /></a><br />
<br />
Todas podiam ser extraídas, criando uma lista de locais mencionados
que depois se poderiam comparar com os já referidos gazetteers (neste
caso, com a listagem de locais da carta militar portuguesa).<br />
<br />
<a href="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Crime_Padre_Amaro_3.png"><img alt="Crime_Padre_Amaro_3" class="aligncenter size-large wp-image-41" height="224" src="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Crime_Padre_Amaro_3-1024x576.png" width="400" /></a><br />
<br />
Para simplificar, foram usados apenas cerca de 4000 locais,
correspondendo aos nomes das freguesias portuguesas (o objectivo era
produzir um teste).<br />
<br />
Era depois necessário encontrar um meio de fazer essa comparação sem
ter de ler atentamente toda a obra, mas conjugando a leitura feita pela
“máquina” com a leitura de proximidade feita pelo investigador. A
solução chama-se VBA (Visual Basic for Applications), uma linguagem
“estranha” que aprendi há já alguns anos (na altura sem saber bem para
quê, a não ser que poderia ser uma porta de saída para alguma
precariedade laboral) e que permite colocar a “máquina” (uma bases de
dados relacional) a executar um conjunto de tarefas que se assemelham ao
trabalho de leitura atenta de um texto.<br />
<br />
<a href="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Crime_Padre_Amaro_4.png"><img alt="Crime_Padre_Amaro_4" class="aligncenter size-large wp-image-35" height="224" src="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Crime_Padre_Amaro_4-1024x576.png" width="400" /></a><br />
<br />
Daqui, após seis horas de trabalho (cinco para o código, uma para a
leitura), resultou a extracção de 155 referências a locais mencionados
na obra (apenas referências a nomes de freguesias e, por vezes, várias
para cada freguesia).<br />
<br />
O resto já é sabido: importação para o SIG…<br />
<br />
<a href="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Crime_Padre_Amaro_5.png"><img alt="Crime_Padre_Amaro_5" class="aligncenter size-large wp-image-36" height="224" src="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Crime_Padre_Amaro_5-1024x576.png" width="400" /></a><br />
<br />
… e produção de mapas.<br />
<br />
<a href="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Crime_Padre_Amaro_locais.jpg"><img alt="Crime_Padre_Amaro_locais" class="aligncenter size-full wp-image-38" height="400" src="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Crime_Padre_Amaro_locais.jpg" width="281" /></a><br />
<br />
Desta feita com uma nuance, pois além da localização, procurou-se
perceber, através de um mapa de densidades, que locais eram importantes
ou pareciam ser relevantes no enredo do romance (os que têm uma cor mais
carregada) e aqueles que eram referidos apenas de forma esporádica (os
que têm a cor menos carregada). As etiquetas apresentadas referem-se aos
nomes dos concelhos de onde vinham maior número de referências às
freguesias respectivas.<br />
<br />
<a href="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Crime_Padre_Amaro_densidades.jpg"><img alt="Crime_Padre_Amaro_densidades" class="aligncenter size-full wp-image-37" height="400" src="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/06/Crime_Padre_Amaro_densidades.jpg" width="282" /></a><br />
<br />
Por fim, perguntar-se-á: mas foram precisas seis horas para extrair
essa informação, que ainda por cima não analisa todas as referências
geográficas do romance, apenas uma parte? Qualquer bom leitor de Eça
consegue fazer isso sem precisar recorrer ao digital! Para além de ter
as minhas dúvidas sobre esse possível conhecimento geográfico do leitor
“médio” de Eça, é preciso dizer que, a partir do momento em que a base
de dados fica preparada para a “leitura”, todos os outros romances de
Eça podem passar pelo mesmo crivo, diminuindo consideravelmente o tempo
de “leitura”. E neste caso a metodologia é explícita, a margem de erro é
controlada e a capacidade de recolha de informação ultrapassa em muito o
que qualquer par de olhos bem treinado consegue realizar em tempo útil,
ou seja, num dia de trabalho, num Dia das Humanidades Digitais.<br />
<br />
Para a próxima, já prometi a uma amiga, falaremos de sobreiros!</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12910250453426870593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3148469376902778870.post-22326782349388180222013-06-04T05:40:00.001-07:002013-06-04T05:40:28.999-07:00Workshop "Bases de Dados para as Ciências Humanas"O workshop "Bases de Dados para as Ciências Humanas" é uma iniciativa do projecto <a href="http://www.cham.fcsh.unl.pt/teodosio/" target="_blank"><i>De Todas as Partes do Mundo: O Património do 5º Duque de Bragança, D. Teodósio I</i></a>, sediado no Centro de História de Além-Mar (FCSH-UNL/UAç), em colaboração com várias instituições. Esta iniciativa pretende discutir a utilização de bases de dados como ferramenta de trabalho para a investigação histórica, pelo que esperamos que seja do interesse de alunos, investigadores e colegas.<br /><br />O evento terá lugar no próximo dia 18 de Junho, na Sala Multiusos 3, piso 4, do edifício ID da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (UNL).<br /><br />A entrada é livre, mas mediante inscrição obrigatória (até 17 de Junho) para o email: <a href="mailto:teodosio.cham@gmail.com">teodosio.cham@gmail.com</a>.<br /><br />Programa: <a href="http://atlas.fcsh.unl.pt/docs/workshop_base_de_dados.pdf">http://atlas.fcsh.unl.pt/docs/workshop_base_de_dados.pdf</a><br />
<br />
O evento reúne vários projectos de investigação onde as bases de dados relacionais foram uma das metodologias usadas. Em alguns desses projectos dei o meu contributo, colaborando com a planificação e concepção da respectiva bases de dados, na maior parte dos casos recorrendo a software open source <a href="http://www.postgresql.org/" target="_blank">PostGreSQL</a>. Foi muito curioso e proveitoso interagir com equipas de investigação com enfoques temáticos e cronológicos tão afastados do "meu" século XIX, como sejam os oficiais régios medievais, o património de uma grande casa senhorial da época moderna ou a ligação entre literatura e ambiente na contemporaneidade, entre outros.<br />
<br />
A minha comunicação no workshop será sobre a evolução da aplicação de bases de dados à investigação em História e sobre as vantagens e desvantagens da utilização de uma linguagem estruturada para recolher, analisar e disponibilizar informação ambígua, lacunar e imprecisa, como é, na maior parte dos casos, a informação histórica. Depois vai ser muito interessante ouvir experiências dos investigadores que efectivamente trabalharam com essas ferramentas e partilhar ideias com outros projectos que recorreram, ou ainda recorrem, à mesma perspectiva digital sobre as fontes e os problemas históricos.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12910250453426870593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3148469376902778870.post-6747332612224940622013-05-29T17:58:00.001-07:002013-05-29T18:00:28.678-07:00Não sou um Humanista Digital, mas…<div class="entry-content">
Provavelmente não serei sequer um Humanista, mas apenas um
historiador, esse ser que navega entre as humanidades e as ciências
sociais. Para piorar o cenário, no meu caso específico, navego entre as
humanidades, as ciências sociais e a informática. Mas é aqui que me
sinto bem, que me sinto à vontade. É neste espaço algo indefinido que
encontro o rumo do meu trabalho, as ferramentas de que preciso e as
colaborações que me ajudam a compreender cada vez melhor o meu lugar no
ofício de historiador.<br />
<br />
Dizer que não sou um Humanista Digital num blogue como este é,
obviamente, um excesso literário. Pretendo, contudo, reforçar a ideia
que, apesar de fazer um uso recorrente e sistemático de materiais,
ferramentas e metodologias digitais no meu dia-a-dia de trabalho, é
sempre à História que volto no final da jornada. É dos problemas
históricos que parto e é através do recurso ao digital que os procuro
resolver. Contudo, essa opção é agora tão natural para mim, num momento
em que o mundo digital tem cada vez mais para oferecer, como o era há
quase vinte anos atrás quando, confrontado com esse ser estranho que era
a “base de dados relacional”, optei por mergulhar de cabeça na lógica
estruturada da informática e naquilo que ela tinha para oferecer a uma
disciplina tão dada a ambiguidades e a interpretações tão pouco
binárias.<br />
<br />
Como apesar de tudo ainda me considero na transição entre dois
mundos, tenho dificuldade em aceitar o rótulo de “digital”, mas também
não me sinto um historiador “analógico”!<br />
<br />
E então, onde cabem os mapas que constam do título do blogue? Bem,
resultam somente de mais uma bifurcação no meu caminho em direcção à
investigação histórica. O meu primeiro trabalho de licenciatura, com um
saudoso professor que nos deixou precocemente, passou por mapear
topónimos religiosos e perceber, através da sua distribuição espacial, a
própria evolução e tipologia da presença religiosa na Idade Média e o
seu contributo para a construção da identidade nacional. Foi um trabalho
muito “analógico”, com muitas fotocópias, muita pintura e desenho, mas
provavelmente mais aliciante do que eu pensei na altura, pois não mais
deixei de juntar a Geografia à História.<br />
<br />
Coincidência ou cabala, o certo é que o digital acabou por permitir a
ponte entre as duas disciplinas e veio agora trazer-me de volta ao
ponto de partida e à fonte que em 1991 o Professor Luís Krus me indicou,
a carta militar de Portugal. É do uso de uma versão da mesma, agora em
formato digital, que em boa medida será feito este meu primeiro exemplo
de transformação de “textos em mapas”.<br />
<br />
O que aqui apresento é apenas uma exploração, feita com uma pequena
amostra de dados, de uma investigação que estou a desenvolver com um
colega sobre a evolução da imprensa em Portugal durante o século XIX. Ao
mesmo tempo pretende ser uma ilustração do potencial do recurso ao
digital (é a veia do professor de <a href="http://www.fcsh.unl.pt/deps/historia/iah.html" target="_blank">Informática Aplicada à História</a> a falar mais alto).<br />
<br />
Para responder à questão formulada, sobre a evolução e distribuição
espacial da imprensa portuguesa, existe já uma excelente fonte,
publicada pela <a href="http://www.bnportugal.pt/" target="_blank">Biblioteca Nacional</a>, em dois volumes, mas no velhinho papel. A mesma está parcialmente disponível no Google Books.<br />
<br />
<a href="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/05/Jornais_1.png"><img alt="Jornais_1" class="aligncenter size-large wp-image-17" height="224" src="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/05/Jornais_1-1024x576.png" width="400" /></a><br />
<br />
Foi então seleccionada uma amostra para transformar as informações
textuais sobre a imprensa em mapas interactivos que nos permitam saber
quantos, quando e onde foram publicados os jornais.<br />
<br />
<a href="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/05/Jornais_2.png"><img alt="Jornais_2" class="aligncenter size-large wp-image-23" height="224" src="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/05/Jornais_2-1024x576.png" width="400" /></a><br />
<br />
Da Net apenas se conseguem extrair as imagens digitalizadas do livro,
pois o Google Books não disponibiliza esta obra em formato texto.
Contudo, um qualquer editor de imagem básico e um razoável programa de
reconhecimento de texto (OCR) permitem fazer maravilhas…<br />
<br />
<a href="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/05/Jornais_3.png"><img alt="Jornais_3" class="aligncenter size-large wp-image-24" height="224" src="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/05/Jornais_3-1024x576.png" width="400" /></a><br />
<br />
… e passar de imagens…<br />
<br />
<a href="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/05/Jornais_4.png"><img alt="Jornais_4" class="aligncenter size-full wp-image-25" height="400" src="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/05/Jornais_4.png" width="311" /></a><br />
<br />
… para texto. Depois de algumas operações de “limpeza” feitas com o
Excel (sim, o Excel não serve apenas para calcular os impostos a pagar
ou para fazer uns gráficos razoavelmente interessantes, serve também
para manipular texto, no bom sentido da palavra), o resultado é uma
lista de jornais com mais alguma informação anexa.<br />
<br />
<a href="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/05/Jornais_5.png"><img alt="Jornais_5" class="aligncenter size-large wp-image-22" height="224" src="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/05/Jornais_5-1024x576.png" width="400" /></a><br />
<br />
Mais umas fórmulas no Excel e é possível passar para uma informação mais estruturada.<br />
<br />
<a href="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/05/Jornais_6.png"><img alt="Jornais_6" class="aligncenter size-large wp-image-21" height="224" src="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/05/Jornais_6-1024x576.png" width="400" /></a><br />
<br />
E é aqui que entra a carta militar, essa fonte usada por mim, pela
primeira vez, no longínquo ano de 1991, pois através da sua versão
digital é possível obter as coordenadas geográficas de uma parte muito
significativa dos topónimos nacionais e com isso construir um <i>gazetteer</i>.<br />
<br />
<a href="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/05/Jornais_7.png"><img alt="Jornais_7" class="aligncenter size-large wp-image-20" height="224" src="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/05/Jornais_7-1024x576.png" width="400" /></a><br />
<br />
Juntando a lista de jornais e respectivos locais com o <i>gazetteer</i> obtêm-se as coordenadas para os nossos bocados de texto.<br />
<br />
<a href="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/05/Jornais_8.png"><img alt="Jornais_8" class="aligncenter size-large wp-image-19" height="224" src="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/05/Jornais_8-1024x576.png" width="400" /></a><br />
<br />
Os mapas ficam então a uma distância de poucos cliques.<br />
<br />
<a href="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/05/Jornais_9.png"><img alt="Jornais_9" class="aligncenter size-large wp-image-18" height="224" src="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/05/Jornais_9-1024x576.png" width="400" /></a><br />
<br />
E o resultado final de duas horas de trabalho sobre cerca de 30
páginas de texto (entre as letras J e M) é o que aqui se apresenta!<br />
<br />
<a href="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/05/Jornais.jpg"><img alt="Jornais" class="aligncenter size-large wp-image-26" height="400" src="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/wp-content/uploads/sites/21/2013/05/Jornais-724x1024.jpg" width="282" /></a><br />
<br />
Ainda não é um dia de trabalho, mas é já uma parte do meu Dia das Humanidades Digitais, 2013!<br />
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12910250453426870593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3148469376902778870.post-71098882900219609532013-05-29T02:27:00.001-07:002013-05-29T02:27:40.485-07:00O meu "Dia das Humanidades Digitais"Quem estiver interessado nestas coisas de juntar o digital à investigação em História pode acompanhar o meu contributo através do blogue criado no evento Dia HD 2013: "<a href="http://dhd2013.filos.unam.mx/danielalves/" target="_blank">Um dia, um historiador, vários mapas digitais</a>". É grátis! E pode ser que seja útil! Eu quero pensar que sim...Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12910250453426870593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3148469376902778870.post-71470726021348122532013-05-15T11:41:00.001-07:002013-05-15T11:41:42.616-07:00Dia das Humanidades Digitais 2013 (versão espanhol/português)Convite à participação<br /><br />A todos os "humanistas digitais" ou a todos aqueles que dirigem e/ou colaboram em projectos de humanidades com uma componente digital.<br />
Juntem-se a nós para o primeiro Dia das Humanidades Digitais (versão ES / PT) que terá lugar no dia 10 de Junho de 2013.<br />
Um Dia na Vida das Humanidades Digitais (Dia HD) é um projecto que pretende documentar um dia de trabalho de pessoas que estejam envolvidas em projectos que ligam as humanidades e a computação. Pretende-se reunir pessoas de todo o mundo que falem ou trabalhem primordialmente nos idiomas espanhol e português, para através de texto e imagem registar os eventos e actividades de um dia de trabalho. O objectivo do projecto é cruzar num único local os labores de todos os participantes, deste modo elaborando um recurso digital com o qual se possa responder à questão “O que é que os humanistas digitais efectivamente fazem?”<br />
<br />
Para aceder à página do evento e registar-se: <a href="http://dhd2013.filos.unam.mx/pt-br/">http://dhd2013.filos.unam.mx/pt-br/</a><br />
<br />
O projecto realiza-se desde 2009 na sua versão inglesa e este ano acontece pela primeira vez em versão espanhola e portuguesa, sendo organizado pelas seguintes entidades:<br />
<ul type="disc">
<li class="MsoNormal" style="mso-list: l0 level1 lfo1; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; tab-stops: list 36.0pt;"><a href="http://digitalhumanities.org/centernet/">CenterNet</a></li>
<li class="MsoNormal" style="mso-list: l0 level1 lfo1; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; tab-stops: list 36.0pt;"><a href="http://www.humanidadesdigitales.org/">Humanidades Digitales Hispánicas. Sociedad Internacional (HDH)</a></li>
<li class="MsoNormal" style="mso-list: l0 level1 lfo1; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; tab-stops: list 36.0pt;"><a href="http://www.filos.unam.mx/">Facultad de Filosofía y Letras, Universidad Nacional Autónoma de México</a></li>
<li class="MsoNormal" style="mso-list: l0 level1 lfo1; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; tab-stops: list 36.0pt;"><a href="http://www.humanidadesdigitales.net/">Red de Humanidades Digitales (RedHD)</a></li>
<li class="MsoNormal" style="mso-list: l0 level1 lfo1; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; tab-stops: list 36.0pt;"><a href="http://www.fcsh.unl.pt/">Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa</a></li>
<li class="MsoNormal" style="mso-list: l0 level1 lfo1; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; tab-stops: list 36.0pt;"><a href="http://humanidadesdigitais.org/">Humanidades Digitais, Universidade de São Paulo</a></li>
</ul>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12910250453426870593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3148469376902778870.post-72069039739670554302012-12-10T01:34:00.000-08:002012-12-10T01:38:37.248-08:00Zotero compatível com site da BNDepois de tanto tempo ausente do blog, aparentemente, só o <a href="http://www.zotero.org/" target="_blank">Zotero</a> me faria regressar e logo para dar boas notícias. Este programa, de que não me canso de gabar as qualidades, tinha um "defeito" central para os utilizadores portugueses: não era compatível com o catálogo da BN. A questão até não passava propriamente por um erro do Zotero, mas sim pela forma como a linguagem MARC (de forma simplificada, a linguagem que serve para estruturar a informação nos catálogos de pesquisa bibliográfica) foi implementada em Portugal e pela forma como o layout da Porbase foi construído. Diferindo da forma como os mesmos foram aplicados noutros países, quem fez o Zotero inicialmente olhou apenas para os casos que lhe estavam mais próximos e daí a incompatibilidade.<br />
Depois de ter andado a batalhar com o código do programa, com resultados funcionais mas muito duvidosos, decidi recorrer à ajuda do grupo de informáticos responsáveis pelo desenvolvimento do Zotero. A resposta foi impecável e no espaço de uma semana, após algumas trocas de mails e alguns testes, o Zotero ficou compatível não só com a BN, mas também, em princípio, com todos os sites portugueses que usam o mesmo tipo de catálogo na net. Digo em princípio porque não tive tempo de testar em todos, mas na <a href="http://porbase.bnportugal.pt/" target="_blank">BN</a>, na <a href="http://catalogolx.cm-lisboa.pt/" target="_blank">Biblioteca Municipal de Lisboa</a>, na <a href="http://bibliotecas.cm-porto.pt/ipac20/ipac.jsp?profile=" target="_blank">Biblioteca Municipal do Porto</a> e na <a href="http://www.biblartepac.gulbenkian.pt/" target="_blank">Biblioteca da Gulbenkian</a> o Zotero é agora compatível, tanto no modo de resultados de pesquisa (permitindo importar vários registos bibliográficos em simultâneo), como no modo de registos individuais.<br />
É mais uma ajuda para quem faz da pesquisa de informação na Internet um meio fundamental de auxílio na investigação.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12910250453426870593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3148469376902778870.post-53292627946495217572011-10-22T05:45:00.000-07:002011-10-22T05:47:41.630-07:00Digital Methods and Tools for Historical Research<span style="font-size: small;">"Digital Methods and Tools for Historical Research" is the title of an international workshop to be held at Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa, on 18 and 19 November, 2011.<br /><br /><b>Organization:</b> Luís Espinha da Silveira and <a href="mailto:daniel_r_alves@hotmail.com">Daniel Alves</a><br /><br /><b>Presentation:</b> With this initiative we intend to discuss the implications of using digital technologies in the production and dissemination of knowledge in History. We seek to understand how a set of digital methodologies has influenced historical research, to discuss its advantages and disadvantages, as well as to identify innovative ways of linking the future of the digital world to the study of the past. On the first day, the meeting goes around four thematic sessions dedicated to the presentation and discussion of different methodologies (relational databases; geographic information systems; text encoding; digitization and preservation of digital memory). The program of that day closes with a conference on the significance of historical research in a digital environment. The second day will be filled with three workshops devoted to relevant digital tools for historical research, including GIS, text encoding, and reference management software. We expect this conference stimulates discussion about the interaction between History and Information Technology, and encourages its use by the academic community, especially young researchers.<br /><br /><b>Dates:</b> 2011, November, 18th-19th (<b>free attendance</b>)<br /><br /><b>Location:</b> I&D building, 4th floor, room 2 (FCSH, Av. de Berna, 26-C, 1069-061 Lisbon, Portugal)<br /><br /><b>Program:</b><br /><u>Friday (18th) (Room 2, 4th floor, I&D building, FCSH)</u><br />9:00 – Opening<br />9:30 – 1st session: Primary sources and relational databases<br />John Bradley (King's College London), <i>Silk purses and sow's ears: in what ways can structured data deal with historical sources?</i><br /><br />Joaquim de Carvalho (Universidade de Coimbra), <i>Combining source oriented and person oriented data models in prosopographical database design</i><br /><br />moderator: Daniel Alves (IHC, FCSH-Universidade Nova de Lisboa)<br /><br />11:00 – coffee break<br /><br />11:15 – 2nd session: Interaction of space and time: GIS and History<br />Paul Ell (Queen's University Belfast), <i>Humanities Geographical Information Systems: texts, images, maps</i><br /><br />Luís Espinha da Silveira (IHC, FCSH-Universidade Nova de Lisboa), <i>GIS and historical research: promises, achievements and pitfalls</i><br /><br />moderator: Marco Painho (ISEGI - Universidade Nova de Lisboa)<br /><br />12:45 – Lunch<br /><br />14:30 – 3rd session: Decoding historical sources: Text Encoding<br />Malte Rehbein (Universität Würzburg), <i>Text Encoding: a historian's perspective</i><br /><br />Rita Marquilhas (Centro de Linguística - Universidade de Lisboa), <i>The automatic research of digital editions</i><br /><br />moderator: Andreia Martins (FCSH-Universidade Nova de Lisboa and King’s College London)<br /><br />16:00 – coffee break<br /><br />16:15 – 4th session: Internet, digitization and digital preservation<br />Melissa Terras (University College London), <i>Exploring the potential of Digital Humanities with the Transcribe Bentham project</i><br /><br />Daniel Gomes (Portuguese Web Archive – Fundação para a Computação Científica Nacional), <i>Web archiving</i><br /><br />moderator: José Borbinha (Instituto Superior Técnico)<br /><br />17:45 – coffee break<br /><br />18:00 – Closing conference<br />Peter Doorn (Data Archiving and Networked Services, Nederland), <i>Computational history among e-science, digital humanities and research infrastructures: accomplishments and challenges</i><br /><br /><u>Saturday (19th) (Room T8, Tower B, FCSH)</u><br />Workshops (11:00 - 13:00):<br />A – Historical GIS (Luís Silveira and Ana Alcântara, FCSH-UNL)<br />B – Zotero (Daniel Alves, FCSH-UNL)<br />Workshops (14:30 - 17:30):<br />C – Text Encoding (Julianne Nyhan, University College London)<br />D – Atlas.ti (Pedro Sousa, FCSH-UNL) </span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12910250453426870593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3148469376902778870.post-78500612249229455552011-03-29T14:37:00.000-07:002011-03-29T14:38:47.221-07:00Bibliografias e investigação simplificadas com o ZoteroAinda se lembram daquele trabalho de licenciatura no qual ficaram a faltar algumas notas de rodapé fundamentais? Ou da dissertação de mestrado para a qual a escolha da bibliografia foi uma das várias angústias? Ou do doutoramento, onde a quantidade de livros e artigos a consultar parecia um poço sem fim? Ou daquele artigo em que foi difícil acertar com a forma de citação bibliográfica exigida pela revista? Gostavam de, finalmente, colocar alguma ordem na sempre crescente biblioteca caseira ou nas fichas de leitura? Se a resposta a todas, ou a algumas, destas questões for “sim”, então, o Zotero é a ferramenta digital ideal. No mês de Julho (entre os dias 11 e 15) vou dar <a href="http://verao.fcsh.unl.pt/cursos/bibliografias-e-investigacao-simplificadas-com-o-zotero">novo curso</a> sobre esta ferramenta que facilita a recolha, gestão e utilização de referências bibliográficas e não só!Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12910250453426870593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3148469376902778870.post-60662500676442981842011-03-24T14:38:00.000-07:002011-03-24T14:51:18.317-07:00História 2.0: oportunidades e desafios de um olhar digital sobre o passado[<span style="font-style: italic;">Texto da comunicação feita no dia 24 de Março de 2011 no VI Encontro Nacional de Estudantes de História, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa</span>]<br /><br />As tecnologias digitais e a sua mais recente evolução em particular, a chamada Web 2.0, podem ser consideradas como potenciadoras de uma verdadeira revolução, mais do que da mera comunicação, do próprio conhecimento e da cultura em geral. Contudo, tal como os outros tipos de revolução, existem determinadas vertentes desse conhecimento que estão a ser profundamente alteradas e outras que, pelo que nos é possível observar no presente, permanecem imutáveis, persistem, se quisermos utilizar uma expressão do célebre título de Arno Mayer, A persistência do Antigo Regime(Mayer 1981). No que ao conhecimento histórico diz respeito, cabe perguntar que parte está já a ser afectada pelo movimento digital e que parte permanece imóvel? E em que medida as mutações estão a contribuir para novas formas de produção científica e de acesso ao conhecimento histórico? Será que as “promessas” da revolução digital vão cumprir-se no que diz respeito à História e à transformação do trabalho do historiador, ou vão sobrepor-se os supostos “perigos”(“Promises and Perils of Digital History”, introdução do livro de Cohen e Rosenzweig 2006) inerentes ao recurso às novas tecnologias, condicionando a utilização das mesmas pelo mundo académico?<br />Mais do que encontrar respostas definitivas, pretendo aqui apresentar e discutir algumas oportunidades e desafios, mais estes que as primeiras, que a utilização do digital pode trazer para a História, enquanto disciplina, e para o historiador, nomeadamente, ao nível da escrita e da divulgação do conhecimento historiográfico.<br /><br />No início da década de 1990, quando os browsers da Internet começavam a dar os primeiros passos, a comunidade académica dividiu-se na interpretação dos sinais que apontavam para as consequências do futuro do novo mundo digital. Se uns tinham uma perspectiva positiva e consideravam estar na presença de uma verdadeira revolução do conhecimento, que levaria a profundas mudanças nas próprias salas de aula e na forma como se passaria a ter acesso à informação; outros viam precisamente nesses factores um caminhar para o abismo daquilo que era um sistema milenar de produção e validação do conhecimento científico. Se uns anteviam o paraíso através da disponibilização em formato digital e em velocidades estonteantes de todo um conjunto de informação até aí pouco acessível; outros adoptavam uma perspectiva muito próxima dos Luddistas do século XIX, profetizando uma destruição das diferenças “entre o verdadeiro e o falso”, da credibilidade académica ou mesmo de todo o “sistema de educação superior”(Cohen e Rosenzweig 2006).<br /><br />Actualmente estaremos mais próximos do paraíso ou da destruição? Para responder a esta questão será útil continuar a viagem no tempo. Apesar dos debates iniciais, em 1999, continuava-se a afirmar que a comunidade dos historiadores permanecia dividida entre os que resistiam à ideia de fazer uso de tecnologias em ascensão, como os “catálogos electrónicos das bibliotecas ou o email”, e aqueles que abraçavam de forma entusiasta o que o mundo digital tinha para oferecer(Ayers 1999).<br />Permanecia a ideia de que pouco ou nada tinha mudado na forma tradicional de escrita da História. Não se vislumbrava ainda qualquer efeito ou sequer uma discussão alargada sobre os possíveis efeitos que o digital poderia introduzir na produção de conhecimento historiográfico e na sua divulgação, nomeadamente, ao nível da narrativa histórica ou no que dizia respeito às forma de acesso a uma audiência desejavelmente mais ampla para os trabalhos historiográficos(Ayers 1999).<br />Havia, porém, quem sondasse o futuro e antevisse um quase perfeito casamento entre a História e as tecnologias digitais. Estas tinham o condão de potenciar uma democratização do público-alvo da História, de estimular a diversidade temática ou de desenvolver o interesse por novas técnicas narrativas. Essas, eram, em 1999, as promessas expectáveis do digital, mas falava-se já de algumas conquistas, como o desenvolvimento da comunicação e partilha de ideias entre os historiadores, algo conseguido através do recurso à Internet(Ayers 1999).<br />Ao nível da publicação e da disseminação de resultados havia também algumas ideias sobre o que o futuro poderia trazer, face ao que acontecia já com a disponibilização de algumas, poucas, revistas online. Nesta altura, a tecnologia de ponta era o Cd-Rom e previa-se um aumento na disponibilização de fontes através da Internet, fruto de grandes projectos de digitalização de documentos(Ayers 1999).<br />Apesar de algumas conquistas da primeira década da expansão das tecnologias digitais ao mundo da produção historiográfica, aparentemente, pouco se tinha conseguido alterar em relação à narrativa histórica, à forma de construção do discurso historiográfico, que não recorria aos artifícios da interactividade, características intrínsecas do digital e que, no caso de um certo tipo de Literatura, estava a proporcionar ao leitor a sensação de estar a participar na construção do enredo(Ayers 1999).<br />Em 1999 acreditava-se que a “História digital poderia ser um catalisador e uma ferramenta na criação de um tipo de História mais literário”, mantendo, contudo, “uma rigorosa fidelidade à referenciação das fontes”. Continuava-se a privilegiar o livro, o texto impresso, é certo, mas pensava-se já numa narrativa histórica que pudesse fazer uso de todas as capacidades do HTML e do então nascente XML, uma narrativa que fosse construída a pensar na teia de links e nós que constituem a World Wide Web(Ayers 1999).<br />O hipertexto, com a sua multiplicidade de ligações e narrativas possíveis, iria levar a uma História mais complexa, multifacetada, talvez mais exigente na preparação do discurso, na construção e sustentação dos argumentos, uma vez que teria de lidar com múltiplas possibilidades de leitura. No fundo, previa-se que o aprofundamento da ligação entre a História e a Internet acabaria por fazer com que a primeira perdesse o seu tradicional discurso linear.<br />Uma das evoluções previstas para a História era o retorno à ligação privilegiada que já tinha tido com as outras ciências sociais, na medida em que só a colaboração interdisciplinar tornaria possível uma História “mais dinâmica, interactiva e reflexiva” que elaborasse uma descrição do passado mais complexa. Nesta visão, as tecnologias digitais, por facilitarem ou mesmo incentivarem essa multiplicidade de pontos de observação, eram consideradas como uma natural evolução para a História enquanto disciplina. O futuro iria trazer a História Digital, uma História que se tornaria, “simultaneamente, sofisticada e acessível”(Ayers 1999).<br />Porém, apesar de todo este entusiasmo, o aspecto a que se dava ainda maior relevância na ligação entre a História e o Digital era o da capacidade de armazenamento de informação e da velocidade do processamento da mesma. Ao mesmo tempo chamava-se a atenção para um dos riscos da, sempre crescente, aceleração tecnológica, o da dispersão e vulgarização do conhecimento, entendido como uma desvantagem, na medida em que para além de democratizar, os media digitais poderiam contribuir para um empobrecimento geral da qualidade desse mesmo conhecimento. A História dificilmente conseguiria fugir a esse destino e caberia aos historiadores saberem aproveitar a onda tecnológica para procurarem contrariar a tendência(Ayers 1999).<br /><br />Meia dúzia de anos mais tarde, um novo diagnóstico à interacção entre História e Digital parecia apontar para as mesmas conclusões. Embora não se negasse que as tecnologias digitais tinham trazido mudanças em termos sociais, nos comportamentos quotidianos, na pesquisa de informação, na forma de comunicação ou até mesmo alterações no modo como se “investiga, escreve, publica e ensina” História afirmava-se estar ainda muito longe do Éden digital e isto no “longínquo” ano de 2005(Introdução em Cohen e Rosenzweig 2006).<br />Reforço a perspectiva de distância temporal porque, efectivamente, se olharmos para a velocidade das mutações tecnológicas, 6 anos é um gigantesco salto no tempo e são outros 6 que nos separam da análise feita em 2005. Nova meia dúzia de anos que viram nascer a chamada Web 2.0, a Web social e colaborativa. Só para dar alguns exemplos dessa velocidade repare-se que, em 2005, o Facebook estava na infância e passava praticamente despercebido fora do meio académico (estudantil!) das universidades norte-americanas. O YouTube nasceu nesse mesmo ano; o MySpace só em 2004 tinha adquirido características de rede social. Comparada com todos estes, a Wikipédia, lançada em 2001, era já uma velhinha da Internet. Um último exemplo para referir que, em 2005, ainda não tinha nascido o Twitter, que nos dias de hoje é usado, tanto para a realização de conferências científicas (ThatCamp: The Humanities And Technology Camp), como para divulgar os mais recentes desenvolvimentos das Revoluções no Mundo Árabe.<br />Uma vez mais, mostrando o pouco que se tinha avançado, o que era destacado em 2005, como uma das principais vantagens do uso das tecnologias digitais para os historiadores, era a capacidade de armazenamento e processamento de informação que elas disponibilizavam(Cohen e Rosenzweig 2006). A chamada de atenção, novamente, para esta capacidade do digital de colocar em pequenos espaços uma enorme quantidade de informação, pode parecer redundante, mas o certo é que essa característica traz já algumas consequências ou desafios para o trabalho dos actuais historiadores e que irão ser determinantes na moldagem da forma de abordar o passado dos futuros historiadores.<br />Talvez o desafio mais significativo seja o da superabundância de dados, que levará necessariamente a alterações na forma como o historiador constrói a sua visão do passado. Habituado à escassez de informação, obrigado, na maior parte dos casos, a lidar com dados lacunares e dispersos, tendo elaborado toda uma metodologia de construção do saber histórico assente no permanente confronto e comparação de fontes complementares, o problema que agora se coloca e que se vai avolumar daqui para a frente é o da selecção e avaliação da pertinência de um grande volume de dados.<br />Poder-se-á dizer que isto já era feito antes da era digital. Num passado, apesar de tudo, não muito longínquo, o historiador recorria, como sempre o fez, à selecção e avaliação de fontes para conseguir levar por diante a sua análise. Contudo, existe uma diferença assinalável, pois enquanto antes recorria a esta metodologia, essencialmente, para conseguir ultrapassar as lacunas do passado, agora ele tem de pensar seriamente na forma e nas ferramentas de selecção de informação para poder conseguir lidar com um volume de dados que tende a ser avassalador.<br />Esse volume de informação e as formas digitais, interactivas, de aceder à mesma vão começar ou estão já a começar a colocar outros desafios, nomeadamente, à própria narrativa histórica. Num artigo publicado em Dezembro último na revista History and Teory, é afirmado que o conceito actual de narrativa histórica tem de ser encarado de forma diferente, não porque os historiadores estejam a fazer um uso distinto da mesma, mas porque a narrativa, em termos gerais, está a mudar, em grande medida, fruto de pressões externas, sendo a mais significativa a que é exercida pelos meios de comunicação digitais(Rigney 2010, 100-104).<br />Ao procurar teorizar sobre este impacto, a autora do artigo, Ann Rigney, socorre-se do trabalho de Marshal McLuhan, A galáxia de Gutenberg(McLuhan 1977), e da sua ideia sobre a cultura do livro impresso como algo que veio impor uma definitiva separação entre o autor e o público, na medida em que fixando o seu discurso, o livro dificultaria a interactividade e a espontaneidade que, na sua visão, eram características da cultura oral. Nesse sentido, sendo o discurso historiográfico, ainda hoje, maioritariamente fixado nesse meio de comunicação, também o podemos classificar como um produto, uma narrativa, que restringe ou limita a interactividade e a espontaneidade. Algo que, como se percebe, vai claramente em sentido oposto ao que é a tendência do momento cultural actual, influenciado por aquela Web 2.0 de que dei alguns exemplos atrás.<br />Apesar disso, os historiadores sempre recorreram a outras formas de mediação, eminentemente orais e em certa medida participativas, como o são as conferências, congressos e eventos afins. Contudo, essas características de interactividade e espontaneidade, presentes na cultura de tradição oral e, em grande medida, ausentes na sua forma impressa, é preciso afirmá-lo que durante muitos anos e fruto de uma cultura de “persistência do Antigo Regime” fizeram parte de um jogo, consciente ou inconsciente, que definia e delimitava o poder, o prestígio e até a aura de respeitabilidade que a profissão académica tem gozado. O que não é de molde a facilitar as mudanças, como se compreende.<br />Ora, são as características de fixidez, pouca interactividade e rara espontaneidade da cultura impressa que estão a mudar nos últimos 20 anos e com espantosa velocidade nos últimos 5 a 6 anos. E ao mudarem, vão certamente colocar desafios, se não estão já a fazê-lo, ao historiador. Não porque a profissão de historiador ou o seu modo de escrever História tenham mudado intrinsecamente, internamente, nestes últimos anos, mas porque estão a ser cada vez mais pressionados a isso pelas mudanças de paradigma em termos de publicação e divulgação culturais impostas pelos media digitais. Neste caso, as mudanças não são apenas relativas ao meio de publicação, à passagem do impresso para o digital, mas têm implicações em termos culturais e sociais, na medida em que os novos meios “aceleram o fluxo da informação, geram redes e mudam atitudes”(Rigney 2010, 105) em relação a aspectos desde sempre acarinhados ou até ferozmente defendidos pela academia, como são os direitos de autor, a autoridade científica e a fiabilidade da informação.<br />Não pretendo aqui discutir se as tecnologias digitais estão a colocar esses aspectos em causa no bom ou no mau sentido, mas é inegável que estão a ter esse impacto e ele é tão mais importante para a História quanto mais importante for o impacto das tecnologias digitais no quotidiano dos indivíduos e na moldagem do seu modo de aceder e participar na cultura e na circulação da informação em geral. Isto quer dizer que as mudanças serão mais evidentes para uma geração de futuros historiadores que já nasceram na era do digital e da Internet, do que para aquela geração que cresceu profissionalmente à sombra dos velhos paradigmas. Mas mesmo para estes historiadores, as tecnologias digitais representam desafios, pois para poderem continuar a cultivar uma audiência para o seu trabalho (é impensável supor que se possa produzir História apenas para uma pequena clique académica ou apenas para gozo e realização pessoal) também eles terão de adaptar a narrativa histórica para uma forma que vá de encontro à hipertextualidade dos dias que correm.<br />Para além disso, a massiva disponibilização e facilitada acessibilidade da informação, na forma de grandes projectos de digitalização, tenderá, muito provavelmente, a forçar os historiadores a serem ainda mais exigentes com a abordagem do seu objecto de estudo, evitando generalizações escassamente fundamentadas, por exemplo, uma vez que uma parte significativa dessas fontes tende também a ficar disponível para escrutínio público(Cohen 2010). É claro que existe um reverso da moeda, que é a cada vez maior dificuldade, num mundo onde a informação é mais democrática e aberta, em conseguir ser original e inovador ou em manter o foco de atenção em problemas historiográficos realmente pertinentes, procurando não cair na tentação do episódico ou na armadilha da dispersão.<br /><br />Contudo, estes desafios podem trazer também, já estão a trazer, efectivamente outras tantas oportunidades ou vantagens para os historiadores. As ferramentas da Web 2.0 podem ajudar a transformar a nossa disciplina, onde a facilidade em criar redes, em partilhar resultados, em encetar trabalhos colaborativos e interdisciplinares pode e deve ser uma perspectiva a valorizar. Apesar de tudo, parece ser seguro dizer que a História e os historiadores não ficaram imunes às mudanças das últimas décadas. É hoje evidente que a Internet e o mundo digital em geral, com os seus conceitos, linguagens e ferramentas, são uma componente essencial do trabalho de uma parte significativa de historiadores e podem representar uma mais-valia em termos da quantidade, acessibilidade, flexibilidade e diversidade da informação disponível, seja ela de âmbito geral ou específica da área de conhecimento histórico. Contudo, todas estas características e, em certo sentido, inovações introduzidas pela era da informação digital, não nos devem fazer esquecer uma componente essencial do trabalho do historiador, que deve estar sempre presente, esteja ele a lidar com a informação em formato analógico ou digital.<br />Essa componente é o espírito crítico, a análise criteriosa das fontes, o permanente colocar em questão se e de que forma as tecnologias digitais podem ajudar o seu trabalho e a fazerem dele um trabalho melhor e/ou diferente. Este sentido crítico deve fazer o historiador olhar para as vantagens e desvantagens de fazer ou recorrer à chamada “História Digital” e, a cada momento, ser capaz de “maximizar as primeiras e diminuir os efeitos das segundas”(Cohen e Rosenzweig 2006). Se o conseguir, através do recurso às tecnologias digitais, então é provável que ele possa levar a cabo uma história mais complexa, mais problematizante, mais global. Uma História que possa evitar os riscos da banalização, da simplificação ou até da adulteração a que o conhecimento histórico está sujeito em resultado do exponencial crescimento da Web colaborativa e social. No fundo, uma História, também ela, 2.0!<br /><br />Bibliografia:<br />Ayers, Edward L. 1999. <span style="font-style: italic;">The Pasts and Futures of Digital History</span>. http://www.vcdh.virginia.edu/PastsFutures.html.<br />Cohen, Dan. 2010. Is Google Good for History? <span style="font-style: italic;">Dan Cohen’s Digital Humanities Blog</span>. http://www.dancohen.org/2010/01/07/is-google-good-for-history/.<br />Cohen, Dan, e Roy Rosenzweig. 2006. <span style="font-style: italic;">Digital history: a guide to gathering, preserving, and presenting the past on the Web</span>. Philadelphia: University of Pennsylvania Press.<br />Mayer, Arno J. 1981. <span style="font-style: italic;">The Persistence of the Old Regime: Europe to the Great War</span>. Taylor & Francis.<br />McLuhan, Marshall. 1977. <span style="font-style: italic;">A galáxia de Gutenberg: a formação do homem tipográfico</span>. Säo Paulo: Editora Nacional.<br />Rigney, Ann. 2010. “When the monograph is no longer the medium: historical narrative in the online age”. <span style="font-style: italic;">History and Theory</span> 49 (4): 100-117. doi:10.1111/j.1468-2303.2010.00562.x.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12910250453426870593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3148469376902778870.post-16590139348547777452011-02-28T23:28:00.000-08:002011-03-03T00:46:43.295-08:00Humanities 2.0: collaborative research and copyright challengesEste é o título da <a href="http://www.fcsh.unl.pt/ddh-lx/">nova sessão do DDH-Lisbon</a>, a ter lugar no <span style="font-weight: bold;">bar (1º andar) do edifício I&D da FCSH (antigo DRM)</span>, no próximo dia 3 de Março, pelas 18 horas. O encontro é aberto a todos os que queiram participar e discutir sobre as implicações do uso das tecnologias digitais na produção científica na área das Humanidades. Esta sessão será dedicada às questões da investigação colaborativa e dos direitos de autor na era digital e da Web 2.0. Serão discutidos dois textos de <a href="http://www.dancohen.org/2009/05/12/idealism-and-pragmatism-in-the-free-culture-movement/">Dan Cohen</a> e <a href="http://edwired.org/2008/06/13/making-digital-scholarship-count/">T. Mills Kelly</a>.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12910250453426870593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3148469376902778870.post-59831647376714062402011-02-04T09:41:00.000-08:002011-02-04T09:59:53.570-08:00Decoding Digital Humanities LisbonDDH<sup>LX </sup> <a href="http://www.fcsh.unl.pt/ddh-lx/" target="_self">Lisbon</a> é um encontro informal mensal aberto a todos os interessados em discutir a aplicação das tecnologias digitais ao estudo e investigação nas Humanidades. Pretende-se criar um fórum de discussão de textos, ideias e projectos, fomentando o diálogo entre as diversas disciplinas das humanidades, na sua ligação com o digital. Os encontros decorrem na <a href="http://livrariapodoslivros.blogspot.com/">Livraria Pó dos Livros</a>, <a href="http://maps.google.pt/maps?f=q&source=s_q&hl=pt-PT&q=Av.+Marqu%C3%AAs+de+Tomar+89,+Nossa+Senhora+de+F%C3%A1tima,+1050+Lisboa&aq=&sll=39.639538,-7.849731&sspn=10.129998,23.269043&ie=UTF8&geocode=FfMYTwIdKWJ0_w&split=0&hq=&hnear=Av.+Marqu%C3%AAs+de+Tomar+89,+Lisboa&ll=38.73831,-9.149895&spn=0.005013,0.011362&t=h&z=17">Av. Marquês de Tomar, nº 89</a>. Decoding Digital Humanities é uma iniciativa associada ao Centre for Digital Humanities - University College London. A versão de Lisboa está sediada na <a href="http://www.fcsh.unl.pt/">Faculdade de Ciências Sociais e Humanas</a> (FCSH) e é coordenada por <a href="http://kcl.academia.edu/AndreiaCarvalho">Andreia Martins Carvalho</a> e <a href="http://www.fcsh.unl.pt/deps/historia/dep/docentes/DanielRibeiroAlves.asp">Daniel Alves</a>.<br />A primeira sessão foi em Novembro, dedicada ao tema "Humanidades Digitais. Reflexões académicas". No final do corrente mês de Fevereiro (data e tema a anunciar brevemente) terá lugar a segunda sessão.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12910250453426870593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3148469376902778870.post-31044578883789955852010-03-07T04:53:00.000-08:002010-03-07T06:40:20.135-08:00Clio e ZoteroPor estes tempos o trabalho e as ocupações têm sido em demasia e a disponibilidade para ir actualizando o "Clio sabe surfar!" tem sido pouca. Porém, o retomar das actividades ligadas à História Digital, como sejam a docência em Informática Aplicada à História, na universidade, uma acção de formação sobre a exploração da temática das revoluções contemporâneas através da Internet, pela <a href="http://www.aph.pt/">APH</a>, ou o retomar da Escola de Verão, na <a href="http://www.fcsh.unl.pt/">FCSH</a>, criaram o ensejo de lançar nova mensagem no ciberespaço. É precisamente sobre esta última que pretendo falar. Depois da edição de 2009 onde foi apresentado o curso "<a href="http://verao.fcsh.unl.pt/cursos/clio-sabe-surfar-a-internet-como-ferramenta-para-as-ciencias-historicas-1">Clio sabe surfar! A Internet como ferramenta para as Ciências Históricas</a>" (responsável pelo nascimento deste blogue!), este ano, além de repetir a dose vou apresentar também o curso "<a href="http://verao.fcsh.unl.pt/cursos/zotero-gestao-bibliografica-simples-para-uma-investigacao-produtiva">Zotero: gestão bibliográfica simples para uma investigação produtiva</a>". As inscrições para os dois cursos já estão abertas.<br /><br />O que é o Zotero, estarão provavelmente a perguntar? É... simples. É isso mesmo, é um software simples para recolha, organização e gestão de referências bibliográficas, e não só, na Internet. Mas simples, neste caso, significa também potente e eficaz. Hoje em dia, uma parte significativa do nosso trabalho de pesquisa de informação passa pela Web, passamos algumas horas por semana, ou mesmo por dia, a navegar em informação. O perigo, por vezes, é de naufrágio, ou, dito por outras palavras, é não aproveitarmos convenientemente o que vamos descobrindo no mar digital, pois nem sempre é simples gerir esse volume de dados para dar novos mundos ao nosso mundo: seja porque não conseguimos recordar todos os sítios (de Internet!) por onde andámos, seja porque a lista de favoritos começa a ficar caótica, seja porque não sabemos onde está guardado no computador aquele artigo espectacular que descarregámos, seja porque não somos capazes de voltar a fazer aquela pesquisa fantástica que nos levou a uns vídeos interessantíssimos, seja ainda porque começa a ser impossível controlar a nossa biblioteca pessoal. O que o Zotero promete e (sou suspeito para dizer isto, mas vou dizê-lo na mesma!) cumpre é colocar ordem neste aparente caos informacional.<br /><br />O Zotero é uma ferramenta concebida e mantida pelo <a href="http://chnm.gmu.edu/">Center for History and New Media</a> da Universidade de George Mason, em Washington, onde tive o privilégio de ter frequentado um workshop sobre Digital History. Foi aí que pela primeira vez tomei contacto com o Zotero (acabadinho de nascer!) e, devo afirmá-lo, foi "amizade à primeira vista". Um software descomplicado, que facilita a gestão da informação, feito por uma equipa de historiadores a pensar essencialmente, mas não só, nos utilizadores da Internet só podia ter esse efeito sobre um aprendiz de historiador que usa a Web como uma ferramenta profissional em várias vertentes da sua actividade laboral.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12910250453426870593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3148469376902778870.post-89950257052922435672009-10-22T03:52:00.000-07:002009-10-22T04:30:53.327-07:00Literacia informacionalJá aqui falei um pouco sobre literacia informacional e a sua importância no mundo globalizado (e digital) de hoje. Deixo agora mais algumas definições e conceitos, mais direccionados para os alunos do ensino superior, bem como links de interesse sobre o assunto resultantes da primeira sessão da cadeira de Metodologias do Doutoramento em História da FCSH. No fim fica também o anúncio de uma conferência sobre o tema da literacia informacional.<br /><br />Uma definição entre muitas possíveis: literacia informacional corresponde a um conjunto de competências que permitem reconhecer a necessidade de informação e actuar de forma eficiente na pesquisa, avaliação e organização da mesma, para produzir novo conhecimento e usá-lo de forma ética.<br /><br />Será a literacia informacional uma necessidade para os indivíduos, em particular, para os estudantes/investigadores de História? A resposta tem de ser positiva. Ao contrário do que acontecia há alguns anos, e não são tantos como isso, o principal problema que se coloca hoje em dia a quem quer planear e conduzir um trabalho, uma investigação, é o do excesso de informação. Em particular se se pensar naquela que circula em formato digital, cada vez mais frequente e abundante. Esta abundância, contudo, esta crescente disponibilidade e facilitada acessibilidade dos recursos informativos não é necessariamente acompanhada por uma correspondente melhoria da qualidade da informação obtida. Muito pelo contrário, pois a abundância de informação, só por si, não gera conhecimento, se não for acompanhada de um conjunto de competências que permitam seleccionar e avaliar os recursos disponíveis. Deste modo, a literacia informacional resulta da necessidade de um uso crítico da informação e deve ser uma preocupação daqueles que lidam ou pretendem começar a lidar com grandes volumes de informação e, igualmente, de todos os que têm por responsabilidade orientar ou implementar políticas educativas que apostem na qualidade.<br /><br />Para os que pretendem aprofundar um pouco os seus conhecimentos sobre os conceitos, as competências e os standards relacionados com a literacia informacional deixo aqui algumas ligações de muito interesse:<br /><a href="http://www.cilip.org.uk/">Chartered Institute of Library and Information Professionals</a> (Reino Unido)<br /><br /><a href="http://www.informationliteracy.org.uk/">The Information Literacy Website</a> (Reino Unido)<br /><br /><a href="http://www.ala.org/ala/mgrps/divs/acrl/standards/informationliteracycompetency.cfm">ACRL / Information Literacy Competency Standards for Higher Education</a> (Estados-Unidos)<br /><br /><a href="http://portal.unesco.org/ci/en/ev.php-URL_ID=15886&URL_DO=DO_TOPIC&URL_SECTION=201.html">Information and Media Literacy</a> (UNESCO)<br /><br />Conferência<br />Data: 23 de Outubro, 18 horas<br />Local: FCSH, Auditório 2<br />Título: “Literacia Informacional na era Google: da necessidade às parcerias, da biblioteca-espaço aos novos horizontes”<br />Oradora: Dra. Maria Manuela Prates<br />Organização: Mestrado em Ciências da Informação e da Documentação, FCSHAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/12910250453426870593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3148469376902778870.post-15454364285023847292009-07-25T06:40:00.000-07:002009-07-25T15:14:10.953-07:00A Internet para os historiadoresA seguir apresento uma listagem de links meramente indicativa e até estatisticamente pouco representativa sobre o que a Internet pode disponibilizar para o historiador ou para o estudante de História. Constituem um ponto de partida tão bom como outro qualquer, nunca devem ser considerados como um ponto de chegada, pois a Internet tem muito mais para oferecer. Basta estar atento e não descurar ou menosprezar a via digital da História, tão válida como a via tradicional. Diga-se ainda que é uma listagem aberta a sugestões e que a ordem de apresentação dos links é um pouco aleatória, não pretendendo indicar qualquer hierarquia qualitativa ou de preferência. Talvez quando o número de links for mais significativo (quando tiver tempo e paciência para passar para aqui os meus "favoritos", por exemplo) pense numa ordem alfabética!<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Arquivos</span><br />Direcção-Geral de Arquivos <a href="http://www.dgarq.gov.pt/">http://www.dgarq.gov.pt/</a><br />Assembleia da República <a href="http://debates.parlamento.pt/" target="_parent">http://debates.parlamento.pt</a><br />National Archives (Reino Unido) <a href="http://www.nationalarchives.gov.uk/" target="_parent">http://www.nationalarchives.gov.uk/</a><br />National Archives (EUA) <a href="http://www.archives.gov/">http://www.archives.gov/</a><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Enciclopédias</span><br />Encyclopædia Britannica <a href="http://www.britannica.com/" target="_parent">http://www.britannica.com/</a><br />Encarta, Microsoft <a href="http://encarta.msn.com/" target="_parent">http://encarta.msn.com/</a><br />Wikipédia <a href="http://www.wikipedia.org/">http://www.wikipedia.org/</a><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Artigos e revistas</span><br />Directory of Open Access Journals <a href="http://www.doaj.org/" target="_parent">http://www.doaj.org/</a><br />B-On <a href="http://www.b-on.pt/">http://www.b-on.pt/</a><br />ISI Web of Knowledge <a href="http://www.isiknowledge.com/">http://www.isiknowledge.com/</a><br />Persee. Portail de revues en sciences humaines et sociales <a href="http://www.persee.fr/">http://www.persee.fr/</a><br />Revues.org <a href="http://www.revues.org/">http://www.revues.org/</a><br />JSTOR - Journal Storage <a href="http://www.jstor.org/">http://www.jstor.org/</a><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Portais temáticos</span><br />Best of History Web Sites <a href="http://www.besthistorysites.net/" target="_parent">http://www.besthistorysites.net/</a><br />Early Modern Resources <a href="http://www.earlymodernweb.org.uk/emr/" target="_parent">http://www.earlymodernweb.org.uk/emr/</a><br />EH.Net Economic History Services <a href="http://eh.net/" target="_parent">http://eh.net/</a><br />History On-Line <a href="http://www.history.ac.uk/search/welcome.html" target="_parent">http://www.history.ac.uk/search/welcome.html</a><br /><i>H</i>-<i>Net</i>: Humanities and Social Sciences Online <a href="http://www.h-net.org/" target="_parent">http://www.h-net.org/</a><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Bibliotecas e museus</span><br />Biblioteca Nacional <a href="http://www.bn.pt/" target="_parent">http://www.bn.pt/</a> e <a href="http://purl.pt/" target="_parent">http://purl.pt</a><br />British Library <a href="http://www.bl.uk/" target="_parent">http://www.bl.uk/</a><br />Library of Congress <a href="http://www.loc.gov/" target="_parent">http://www.loc.gov/</a><br />Bibliothèque nationale de France <a href="http://www.bnf.fr/" target="_parent">http://www.bnf.fr/</a> e <a href="http://gallica.bnf.fr/">http://gallica.bnf.fr/</a><br />Instituto dos Museus e da Conservação <a href="http://www.ipmuseus.pt/" target="_parent">http://www.ipmuseus.pt/</a><br />Louvre <a href="http://www.louvre.fr/" target="_parent">http://www.louvre.fr/</a><br />The Metropolitan Museum of Art <a href="http://www.metmuseum.org/" target="_parent">http://www.metmuseum.org/</a><br />State Hermitage Museum <a href="http://www.hermitagemuseum.org/" target="_parent">http://www.hermitagemuseum.org</a><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Bibliografias e índices</span><br />Royal Historic Society Bibliography <a href="http://www.rhs.ac.uk/bibl/bibwel.asp" target="_parent">http://www.rhs.ac.uk/bibl/bibwel.asp</a><br />ViVa: A Bibliography of Women's History <a href="http://www.iisg.nl/%7Ewomhist/vivahome.php" target="_parent">http://www.iisg.nl/~womhist/vivahome.php</a><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Organizações e associações</span><br />A:P:H – Associação de Professores de História <a href="http://www.aph.pt/" target="_parent">http://www.aph.pt/</a><br />APHES – Associação Portuguesa de História Económica e Social <a href="http://www.aphes.pt/" target="_parent">http://www.aphes.pt/</a><br />Euroclio - Conferência Europeia de Associações de Professores de História <a href="http://www.euroclio.eu/" target="_parent">http://www.euroclio.eu/</a><br />The Historical Association <a href="http://www.history.org.uk/" target="_parent">http://www.history.org.uk/</a><br />The American Historical Association <a href="http://www.historians.org/" target="_parent">http://www.historians.org/</a><br />American Association for History and Computing <a href="http://theaahc.org/">http://theaahc.org/</a><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Centros e institutos de investigação</span><br />Centro de História de Além-Mar <a href="http://cham.fcsh.unl.pt/" target="_parent">http://cham.fcsh.unl.pt/</a><br />Instituto de História Contemporânea <a href="http://ihc.fcsh.unl.pt/" target="_parent">http://ihc.fcsh.unl.pt/</a><br />Instituto de Estudos Medievais <a href="http://www.fcsh.unl.pt/iem/" target="_parent">http://www.fcsh.unl.pt/iem/</a><br />Institute of Historical Research <a href="http://www.history.ac.uk/" target="_parent">http://www.history.ac.uk/</a><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Projectos de investigação</span><br />Projecto arqueológico «Médio Eufrates Sírio» <a href="http://www.arqueologiaoriente.com/" target="_parent">http://www.arqueologiaoriente.com/</a><br /><i>Ius Lusitaniae</i>. Fontes Históricas do Direito Português <a href="http://www.iuslusitaniae.fcsh.unl.pt/" target="_parent">http://www.iuslusitaniae.fcsh.unl.pt/</a><br />Atlas. Cartografia Histórica <a href="http://www.fcsh.unl.pt/atlas" target="_parent">http://www.fcsh.unl.pt/atlas</a><br />Memórias Paroquiais de 1758 <a href="http://www.fcsh.unl.pt/memorias">http://www.fcsh.unl.pt/memorias</a><br />Materiais para a história eleitoral e parlamentar portuguesa <a href="http://purl.pt/5854/1/" target="_parent">http://purl.pt/5854/1/</a><br />Theban Mapping Project <a href="http://www.thebanmappingproject.com/" target="_parent">http://www.thebanmappingproject.com/</a><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Repositórios e publicações digitais</span><br />RepositóriUM (Universidade do Minho) <a href="https://repositorium.sdum.uminho.pt/" target="_parent">https://repositorium.sdum.uminho.pt/</a><br />MatrizPix <a href="http://www.matrizpix.imc-ip.pt/matrizpix/">http://www.matrizpix.imc-ip.pt/matrizpix/</a><br />American Council of Learned Societies - Humanities E-Book <a href="http://www.humanitiesebook.org/">http://www.humanitiesebook.org/</a><br />Database of EUI publications <a href="http://cadmus.eui.eu/dspace/">http://cadmus.eui.eu/dspace/</a><br />Eliohs – Electronic Library of Historiography <a href="http://www.eliohs.unifi.it/indexbib.html">http://www.eliohs.unifi.it/indexbib.html</a><br />EOD: E-books On Demand <a href="http://books2ebooks.eu/?lang=pt">http://books2ebooks.eu/?lang=pt</a><br />eScholarship Editions <a href="http://www.escholarship.org/editions/">http://www.escholarship.org/editions/</a><br />Repositories of primary sources <a href="http://uidaho.edu/special-collections/Other.Repositories.html">http://uidaho.edu/special-collections/Other.Repositories.html</a><br />Gutenberg-e <a href="http://www.gutenberg-e.org/">http://www.gutenberg-e.org/</a><br />Project Gutenberg <a href="http://www.gutenberg.org/">http://www.gutenberg.org/</a><br />Historical Voices <a href="http://www.historicalvoices.org/">http://www.historicalvoices.org/</a><br />Perseus Digital Library <a href="http://www.perseus.tufts.edu/hopper/">http://www.perseus.tufts.edu/hopper/</a>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12910250453426870593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3148469376902778870.post-83571739384927312682009-07-25T03:34:00.000-07:002009-10-22T03:51:02.476-07:00Avaliação de conteúdos na InternetSeparar o "trigo do joio" é uma tarefa ancestral e essencial nos campos. Gostando os historiadores de tudo o que é antigo, ancestral (bem, talvez nem todos!), nada mais natural do que terem desenvolvido um conjunto de metodologias que, à semelhança daquele trabalho agrícola, lhes permitissem averiguar, seleccionar e validar as fontes que possibilitam olhar para o passado com a confiança, com uma maior confiança pelo menos, de não estar a interpretar mal os seus testemunhos. Também aqui o objectivo é separar o bom do mau, avaliando o conteúdo e o contexto de produção do documento.<br />Se este trabalho é basilar na tarefa do historiador, porque razão deveria ser diferente na era do digital? A Internet é, além de muitas outras coisas, um gigantesco repositório de informação, de documentos, de fontes e potenciais fontes. É um arquivo, com regras um pouco diferentes dos tradicionais, é certo, mas nem por isso menos válido para o trabalho do historiador. Para o usar é necessário, primeiro, pesquisar e sobre isso já falei um pouco no último texto, mas depois é crucial conseguir avaliar o que se encontra.<br />Também esta fase faz parte da chamada "literacia informativa", sendo quase inata para o historiador. Se, perante um novo documento, um novo achado arqueológico, um novo artefacto, uma nova interpretação histórica, o "trabalhador do passado" (se os há para o "comércio", porque não para o passado!) automaticamente recorre à avaliação, à crítica, à recensão e análise, porque razão essas tarefas devem ser negligenciadas ou usadas com menos critério na Internet? A resposta deve apontar e reforçar precisamente a direcção oposta. Tendo em conta a forma como é produzida e disponibilizada uma boa parte dos conteúdos digitais, sem passar pelo crivo, pelo filtro académico, institucional, profissional, seja ele o <span style="font-style: italic;">peer review</span>, seja ele editorial, aquelas tarefas assumem uma particular importância e acuidade.<br />A avaliação de conteúdos na Internet é, assim, uma necessidade e melhorar a forma como o historiador ou o estudante de História cumprem essa tarefa é algo que deve ocupar a mente e levar à acção todos os que têm a responsabilidade de ensinar pessoas. Desculpem-me a utilização de um conceito quase politicamente incorrecto, pois hoje em dia os "professores não ensinam", quando muito formam, desenvolvem competências, estimulam... Mas se assim é, então, o estímulo deve passar pela explicação de um conjunto de questões que todos os utilizadores da Internet devem ter presentes, em formato livro de bolso, quando se deparam com a informação e pretendem averiguar da sua qualidade.<br />As perguntas a lançar para o ciberespaço podem resumir-se aos já clássicos quem, para quem, porquê, como e quando. A obtenção de respostas a estas questões por parte dos sites que se consulta e a análise desse <span style="font-style: italic;">feedback</span> é essencial para a avaliação da qualidade dos conteúdos ou recursos digitais. A principal dificuldade, porém, é que normalmente quem faz as perguntas tem também o trabalho, deve ter a persistência de procurar as respostas. Daí ter chamado a atenção para uma navegação "activa" da Internet, ou seja, não aceitar passivamente tudo o que vem à rede, pois nem tudo é peixe que se possa comer. Por vezes é necessário devolver ao mar de informação aquele que ainda não está completo, que não está suficientemente desenvolvido, ou colocar de lado, deitar fora o que está poluído.<br />Nesta tarefa, difícil e morosa a princípio, mas que com a continuação se vai tornando quase intuitiva, é preciso começar por questionar sobre o "quem". Quem produziu a informação, quem é responsável pelo site e pela divulgação do seu conteúdo? A que instituição está afiliado? Que competências e habilitações demonstra ter para falar sobre o assunto? Depois o "para quem". A quem se dirige o site? O seu público-alvo é a população em geral, são os estudantes, é o meio académico? Que tipo de discurso é utilizado? A seguir o "porquê". Qual o objectivo a atingir com o conteúdo do site? Que imagem ou ideia se quer fazer passar? Existirá alguma "agenda" escondida por trás do discurso, mais ou menos, científico? O "como" é igualmente importante. Que métodos e técnicas são usadas para passar a mensagem? O conteúdo é o mais importante ou é apenas acessório por entre um fogo-de-artifício de cores e animações? Existe rigor naquilo que é transmitido? São indicadas fontes ou referências que permitam confirmar ou confrontar o que é afirmado? Por fim, o "quando". O que foi encontrado é informação actual? Quando foi a mesma disponibilizada? Foi corrigido ou actualizado o conteúdo do site? Será que não existem dados e interpretações mais recentes sobre o assunto?<br />Bem, a lista de perguntas é extensa e assusta qualquer um à partida. Utilizar a Internet desta forma, com uma lista de verificações tão complicada e de resposta nem sempre simples ou óbvia, acaba por reduzir drasticamente a velocidade de navegação, mesmo que se use a banda larga. Será necessário obter resposta a todas as questões, em todos os sites que se encontra, a cada momento do trabalho de pesquisa pela Web? Não, isso vai depender muito do objectivo do trabalho, do rigor a colocar no mesmo, do tipo de utilizador. Numa parte dos casos bastará uma boa resposta às três primeiras perguntas para que sejam, mais ou menos, dispensáveis as restantes. Mas se o objectivo for mais exigente, mais académico, por exemplo, então chegar ao "como" e ao "quando" torna-se obrigatório.<br />O importante a destacar, até para não desanimar quem quer começar a fazer um uso mais produtivo e informativo da Internet, é que a lista de questões não é obrigatória a todo o momento, pode e deve ser adaptada aos objectivos e necessidades de cada um e, mais significativo do que tudo isso, é suficientemente maleável e assimilável para com facilidade e alguma prática passar a constituir uma competência natural de quem usa a Internet.<br />Os links que indico a seguir levam a um conjunto de sites onde esta temática é abordada. A lista de perguntas e a forma como as mesmas são apresentadas pode diferir, mas em todos é realçada a necessidade de um uso atento e crítico da Internet e da informação que através dela se obtém.<br /><br /><a href="http://books.google.com/books?id=unxWZysEnWsC&lpg=PP1&ots=4mG9ipacN0&dq=the%20history%20highway&pg=PA24">Trinkle, Dennis A., e Scott A. Merriman, <span style="font-style: italic;">The history highway</span>, M.E. Sharpe, 2006, pp. 24-34.</a> (no Google Books)<br /><br /><a href="http://historymatters.gmu.edu/browse/refdesk/#evaluating">History Matters: Reference desk: Evaluating Digital Resources</a><br /><br /><a href="http://www.historians.org/perspectives/issues/2003/0305/0305for3.cfm">Surfing for the Past: How to Separate the Good from the Bad</a><br /><a href="http://www.ala.org/ala/mgrps/divs/rusa/sections/history/resources/pubs/usingprimarysources/ALA_print_layout_1_523166_523166.cfm">Using Primary Sources on the Web</a><br /><a href="http://www.lib.berkeley.edu/TeachingLib/Guides/Internet/Evaluate.html">Evaluating Web Pages: Techniques to Apply & Questions to Ask</a><br /><a href="http://people.wcsu.edu/reitzj/res/evalweb.html">Guide to Evaluating Websites</a><br /><a href="http://www.ala.org/ala/mgrps/divs/acrl/publications/crlnews/2001/feb/teachingstudents.cfm">Teaching students to evaluate Web sources more critically</a><br /><br /><a href="http://www.media-awareness.ca/english/resources/educational/teachable_moments/photo_truth.cfm">Photographic Truth in the Digital Era</a><br /><br /><a href="http://www.miudossegurosna.net/artigos/2008-01-22.html">Conteúdos Enganadores ou Falsos na Internet</a><br /><a href="http://www.miudossegurosna.net/artigos/2008-02-01.html">Cinco Critérios Para Avaliar Websites - Parte I</a><br /><a href="http://www.miudossegurosna.net/artigos/2008-02-05.html"> Cinco Critérios Para Avaliar Websites - Parte II</a>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12910250453426870593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3148469376902778870.post-28653711544609101812009-07-23T03:41:00.000-07:002009-10-22T04:31:51.320-07:00Será a Wikipédia uma boa fonte de informação?A pergunta impõe-se quando se verifica que esta estrela da nova Web 2.o ou Web colaborativa é quase sempre o principal e o mais frequente resultado devolvido na maioria das pesquisas feitas na Internet na área da História. Não acreditam? Um saltinho rápido até ao <a href="http://www.google.pt/">Google</a> e a realização de algumas pesquisas sobre, por exemplo, História de Portugal, Descobrimentos Portugueses, D. Afonso Henriques e 25 de Abril de 1974 ou ainda Black Death, Ancient Egypt e Australopithecus, pode ser esclarecedora. Sem surpresa, a enciclopédia livre aparece em primeiro ou nos três primeiros lugares das listas de resultados.<br />A questão é igualmente pertinente porque a juntar a esta evidência está outra, mais empírica do que científica ou estatística, que aponta para uma utilização massiva deste recurso como fonte de informação privilegiada pelos alunos, quando não como única fonte de informação. Neste ponto é preciso destacar um outro aspecto da já referida "literacia informativa", a necessidade de se avaliar criticamente os conteúdos disponibilizados na rede. Não basta saber encontrar a informação, cada vez mais é preciso saber filtrar a mesma, separar o bom do mau, comparar dados de diferentes origens, em poucas palavras, tal como a Web se está a tornar numa ferramenta de elaboração de conhecimento onde cada um pode ter um papel activo, pode ser um produtor, também por isso se torna obrigatório que sejamos e que ensinemos os alunos a serem consumidores activos de informação.<br />Sobre como o fazer, procurarei dar mais alguns detalhes num próximo texto. Por agora, julgo que pode ser útil para a discussão sobre a utilidade e validade da Wikipédia manter um espírito aberto, mas crítico, e dar uma espreitadela aos argumentos de quem é a favor e contra. Começar por um artigo da Time que considerou o anónimo colaborador da Web 2.0 como a "<a href="http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,1569514,00.html">Pessoa do ano em 2006</a>". Depois, passar os olhos por um pequeno, mas muito informativo, texto que permite relativizar a noção da Wikipédia como um recurso totalmente livre e editado pelas "massas" (<a href="http://www.slate.com/id/2184487/pagenum/all">Digg, Wikipedia, and the myth of Web 2.0 democracy</a>). Afinal talvez nos faça pensar um pouco o facto da enciclopédia colaborativa não ter assim tantos colaboradores e como isso pode até acarretar mais desvantagens para o utilizador final do que se o universo dos enciclopédicos fosse mais abrangente. No fundo, pode ficar sempre a dúvida sobre quem efectivamente controla a disponibilização de conhecimento. Para os mais cépticos pode ser interessante avançar depois para um <a href="http://www.nature.com/nature/journal/v438/n7070/full/438900a.html">estudo publicado na Nature</a> que coloca em pé de igualdade, quase, a Wikipédia e a versão Web da Enciclopédia Britânica. Vale a pena seguir a polémica gerada por esse artigo, com <a href="http://www.nature.com/nature/britannica/index.html">refutações e contra-refutações</a>. Por fim, veja-se uma discussão entre dois apaixonados da Internet, mas com <a href="http://online.wsj.com/article/SB118460229729267677.html">ideias muito diferentes</a> sobre a mais valia da Web 2.0., curiosamente, um, <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Andrew_Keen">Andrew Keen</a>, com formação na área da História e o outro, <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/David_Weinberger">David Weinberger</a>, ligado à Filosofia (nem eu resisto a citar a Wikipédia para a biografia dos senhores em causa!).<span style=";font-family:";font-size:12pt;" ></span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12910250453426870593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3148469376902778870.post-14515273929061059752009-07-22T07:11:00.000-07:002009-10-22T03:51:36.017-07:00Encontrar História na InternetPesquisar informação de forma eficaz, produtiva, é não só uma das principais competências que devem ser adquiridas pelo estudante de História, como, no mundo globalizado de hoje, é um dos indicadores fundamentais para aferir o que a <a href="http://www.uis.unesco.org/ev.php?ID=7188_201&ID2=DO_TOPIC">Unesco</a> define com "<a href="http://www.uis.unesco.org/template/pdf/cscl/InfoLit.pdf">literacia informativa</a>". Ou seja, o desenvolvimento das capacidades requeridas para encontrar informação ou aceder, com proficiência, ao conhecimento, em especial, através da Internet, deve ser um aspecto fundamental da formação dos indivíduos.<br />Contudo, mesmo com o auxílio dos potentes motores de pesquisa existentes - e quem é que ainda não abriu um para tentar, quanto mais não seja por mera curiosidade, encontrar o seu nome na teia de nós e ligações que forma a WWW - por vezes, a tarefa afigura-se como "encontrar uma agulha num palheiro" tal é a quantidade de ruído devolvida pelo eco do Google, para citar a mais usada dessas ferramentas de exploração da Internet. A História não é excepção e, por vezes, tentar encontrar dados sobre um determinado acontecimento, sobre uma certa conjuntura ou sobre uma análise histórica, tenha sido distribuída através de um site, de um artigo ou de um livro, sem despender longas horas em frente a um monitor é, em boa medida, fruto do acaso.<br />Com este texto e as sugestões que dou a seguir não pretendo transformar-me em Teseu e resolver o mistério do labirinto da Internet, mas talvez em mero ajudante de Ariadne, contribuindo para tecer o novelo, chamando a atenção, por exemplo, que o próprio Google tem muito mais para oferecer do que o simples "I'm Feeling Lucky" da sua página principal. Para o curioso, o estudante e o investigador da História, as várias ferramentas desenvolvidas pela equipa do Google nos últimos anos oferecem um mundo de possibilidades, algumas óbvias, outras nem tanto. Mas existe muito mais na Internet para além do gigante das pesquisas e para tipos de dados muito variados, apresentados em texto ou em imagens, existem sites onde uma pesquisa mais atenta pode dar excelentes resultados. Por agora ficam apenas alguns exemplos que vão da pesquisa de livros, a artefactos de museu, por vezes recorrendo a sites "improváveis" ou passando por portais especializados na gestão de informação. Por fim, quando o que se procura já não está disponível, pois também isso é frequente ocorrer na Internet, podendo considerar-se como uma das suas principais desvantagens, é sempre possível recorrer a uma "máquina do tempo" disponibilizada pelo projecto "<a href="http://www.archive.org/index.php">Internet Archive</a>".<br /><br /><a href="http://www.google.pt/">Google</a><br /><a href="http://books.google.pt/">Google Books</a><br /><a href="http://scholar.google.pt/">Google Scholar</a><br /><a href="http://newstimeline.googlelabs.com/">Google News Timeline</a><br /><br /><a href="http://www.worldcat.org/">WorldCat</a><br /><a href="http://www.amazon.com/">Amazon</a><br /><a href="http://europeana.eu/portal/index.html">Europeana</a><br /><br /><a href="http://lii.org/">Librarians' Internet Index</a><br /><a href="http://www.intute.ac.uk/artsandhumanities/">Intute: Arts and Humanities</a>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12910250453426870593noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3148469376902778870.post-84997655520539212402009-07-21T08:14:00.000-07:002009-07-25T03:20:31.131-07:00História digitalAqui ficam alguns links para artigos, blogs e sites dedicados à História Digital ou à discussão do conceito, vantagens e desvantagens desta nova área de exploração do passado. A lista não pretende ser exaustiva, mas apenas contribuir para uma introdução ao tema. A organização dos links é simplesmente alfabética, mas aconselha-se vivamente o início da caminhada na descoberta da História Digital através da consulta do texto de Daniel Coen e Roy Rosenzweig, <a href="http://chnm.gmu.edu/digitalhistory/">Digital History: A Guide to Gathering, Preserving, and Presenting the Past on the Web</a>:<br /><br /><a href="http://www.digitalhumanities.org/companion/">A Companion to Digital Humanities</a><br /><a href="http://www.clioh.net/digihistory/">Digi-History </a><br /><a href="http://www.arts-humanities.net/">Digital Arts and Humanities</a><br /><a href="http://www.digitalhistorian.com/main/">Digital Historian</a><br /><a href="http://www.foundhistory.org/">Found History</a><br /><a href="http://www.historians.org/Perspectives/issues/2009/0905/">History and New Media</a><br /><a href="http://historying.org/2008/11/10/methodologies-and-the-digital-history-major/">Methodologies and the (Digital) History Major</a><br /><a href="http://www.vcdh.virginia.edu/PastsFutures.html">The Pasts and Futures of Digital History</a><br /><a href="http://www.journalofamericanhistory.org/issues/952/interchange/index.html">The Promise of Digital History</a>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/12910250453426870593noreply@blogger.com0