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quinta-feira, 23 de julho de 2009

Será a Wikipédia uma boa fonte de informação?

A pergunta impõe-se quando se verifica que esta estrela da nova Web 2.o ou Web colaborativa é quase sempre o principal e o mais frequente resultado devolvido na maioria das pesquisas feitas na Internet na área da História. Não acreditam? Um saltinho rápido até ao Google e a realização de algumas pesquisas sobre, por exemplo, História de Portugal, Descobrimentos Portugueses, D. Afonso Henriques e 25 de Abril de 1974 ou ainda Black Death, Ancient Egypt e Australopithecus, pode ser esclarecedora. Sem surpresa, a enciclopédia livre aparece em primeiro ou nos três primeiros lugares das listas de resultados.
A questão é igualmente pertinente porque a juntar a esta evidência está outra, mais empírica do que científica ou estatística, que aponta para uma utilização massiva deste recurso como fonte de informação privilegiada pelos alunos, quando não como única fonte de informação. Neste ponto é preciso destacar um outro aspecto da já referida "literacia informativa", a necessidade de se avaliar criticamente os conteúdos disponibilizados na rede. Não basta saber encontrar a informação, cada vez mais é preciso saber filtrar a mesma, separar o bom do mau, comparar dados de diferentes origens, em poucas palavras, tal como a Web se está a tornar numa ferramenta de elaboração de conhecimento onde cada um pode ter um papel activo, pode ser um produtor, também por isso se torna obrigatório que sejamos e que ensinemos os alunos a serem consumidores activos de informação.
Sobre como o fazer, procurarei dar mais alguns detalhes num próximo texto. Por agora, julgo que pode ser útil para a discussão sobre a utilidade e validade da Wikipédia manter um espírito aberto, mas crítico, e dar uma espreitadela aos argumentos de quem é a favor e contra. Começar por um artigo da Time que considerou o anónimo colaborador da Web 2.0 como a "Pessoa do ano em 2006". Depois, passar os olhos por um pequeno, mas muito informativo, texto que permite relativizar a noção da Wikipédia como um recurso totalmente livre e editado pelas "massas" (Digg, Wikipedia, and the myth of Web 2.0 democracy). Afinal talvez nos faça pensar um pouco o facto da enciclopédia colaborativa não ter assim tantos colaboradores e como isso pode até acarretar mais desvantagens para o utilizador final do que se o universo dos enciclopédicos fosse mais abrangente. No fundo, pode ficar sempre a dúvida sobre quem efectivamente controla a disponibilização de conhecimento. Para os mais cépticos pode ser interessante avançar depois para um estudo publicado na Nature que coloca em pé de igualdade, quase, a Wikipédia e a versão Web da Enciclopédia Britânica. Vale a pena seguir a polémica gerada por esse artigo, com refutações e contra-refutações. Por fim, veja-se uma discussão entre dois apaixonados da Internet, mas com ideias muito diferentes sobre a mais valia da Web 2.0., curiosamente, um, Andrew Keen, com formação na área da História e o outro, David Weinberger, ligado à Filosofia (nem eu resisto a citar a Wikipédia para a biografia dos senhores em causa!).